PUBLICIDADE

Mundo

Chile intervirá na ONU para evitar morte de dissidente cubano

3 jul 2010 - 19h19
(atualizado às 20h53)
Compartilhar

O presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou neste sábado que seu governo agirá perante Cuba e perante as Nações Unidas para evitar a morte do dissidente cubano Guillermo Fariñas, que se encontra em estado grave após mais de quatro meses em greve de fome.

"Pedi a nosso ministro das Relações Exteriores (Alfredo Moreno) e a nosso embaixador nas Nações Unidas (Octavio Errázuriz) que façam todas as ações necessárias contra o Governo de Cuba e nas Nações Unidas para tentar salvar a vida de Guillermo Fariñas, um dos presos políticos que está em greve de fome em Cuba", declarou Piñera em um ato público.

Alicia Hernández, mãe do dissidente cubano Guillermo Fariñas, interpretou hoje o artigo publicado no diário oficial Granma sobre a saúde de seu filho como uma tentativa do governo de "evadir responsabilidade" diante do estado crítico do opositor. O jornal, porta-voz do governante Partido Comunista de Cuba, divulgou este sábado uma incomum entrevista com o médico Armando Caballero, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Santa Clara, onde está hospitalizado Fariñas desde 11 de março.

Segundo o jornal, o médico afirma que o dissidente está em "potencial perigo de morte", embora tenha apresentado uma "discreta melhora" nos últimos dias. Hernández declarou a Efe que "é verdade" tudo o que foi informado pelo diário, mas ressaltou que não concorda com o texto quando o jornal deixa "entrever" a possibilidade de que Fariñas tivesse se alimentado nas duas primeiras semanas do jejum, quando ainda não estava hospitalizado.

Psicólogo e jornalista independente de 48 anos, Fariñas começou sua greve de fome após a morte do preso político Orlando Zapata, em fevereiro, para exigir a libertação de 26 prisioneiros doentes. Em março passado, Fariñas pediu a Piñera por meio de um jornal chileno que solicitasse a intervenção da ONU para mediar na situação dos presos políticos na ilha cubana.

Dois dias depois, em 22 de março, o líder chileno assegurou que faria o que estivesse "a seu alcance" para recuperar a democracia e o pleno restabelecimento do respeito aos direitos humanos em Cuba.

EFE   
Compartilhar
Publicidade