Liderança no Afeganistão abriria caminho político para Petraeus
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama de passar o comando da guerra no Afeganistão ao general David Petraeus, atual chefe do Comando Central americano, pode render bons frutos ao militar na área política. Creditado por ter liderado a Força Multinacional em solo iraquiano entre 2007 e 2008 e claramente considerado a maior estrela militar dos EUA, Petraeus é visto por muitos conselheiros de Obama como um possível "candidato republicano formidável" para a disputa presidencial. As informações são da agência Reuters.
Ao menos neste momento, o "guerreiro estudioso", como é conhecido por muitos, rejeita essas sugestões e insiste em responder que não é seu objetivo. "Eu nunca vou concorrer à presidência", afirma o general. Arriscador por natureza, Petraeus aceitou substituir o general Stanley McChrystal, demitido esta semana por fazer graves críticas ao chefe de Estado e à guerra no Afeganistão, mesmo com o risco de colocar em xeque sua reputação conquistada a duras penas.
O país vive a maior crise militar da era Obama e o Congresso faz pressão por desconfiar do sucesso das estratégias de comando na guerra. Obama espera utilizar em abundância a credibilidade de Petraeus com republicanos e democratas para afastar as dúvidas do Congresso sobre o conflito, que já dura nove anos. Obama também tem o objetivo de pôr fim ao que foi dito pelo general Stanley McChrystal em artigo publicado na segunda-feira pela revista Rolling Stone. McChrystal foi demitido dois dias depois.
O general David Petraeus foi comunicado por Obama que assumiria o novo cargo na quarta-feira após uma reunião de 40 minutos realizada no Salão Oval da Casa Branca. A decisão ainda precisa ser confirmada pelo Senado americano.
Antes de ser surpreendido com a nova responsabilidade, Petraeus fez sua própria avaliação sobre a guerra no Afeganistão durante entrevista em sua sala no Pentágono. "Não será fácil ou rápida, mas uma 'aterrissagem suave'", disse ele minutos antes do encontro com Obama.
