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Estados Unidos

Obama promete conter 90% do óleo do golfo na próxima semana

15 jun 2010 - 21h12
(atualizado às 22h32)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, realizou nesta terça-feira no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, um pronunciamento à nação para apresentar seu plano de restauração do meio ambiente na costa do Golfo do México, após o desastroso derramamento de petróleo. Obama afirmou que, nas próximas semanas, será possível recuperar 90% do petróleo que emana do poço da BP.

Obama volta à área afetada por vazamento de óleo:

O vazamento no Golfo, a catástrofe ecológica mais grave da história dos EUA, começou por causa da explosão que afundou a plataforma Deepwater Horizon, administrada pela empresa British Petroleum (BP). O incidente, ocorrido em abril passado, deixou 11 mortos.

O presidente americano buscou informar aos americanos do real estado da catástrofe, falar sobre eventuais ressarcimentos e esclarecer a ideia de uma nova lei de energia que incentive o investimento em fontes alternativas.

"Os EUA levarão meses e até mesmo anos no combate à 'epidemia' do vazamento do petróleo", alertou Obama, afirmando ainda que mobilizará milhares de homens da Guarda Nacional para ajudar nesta batalha. "Esta contaminação é a pior catástrofe ambiental que os Estados Unidos já viu. E diferente de um terremoto ou um furacão, não é um acontecimento pontual, que causa danos em questão de minutos ou em poucos dias", disse Obama durante o pronunciamento.

A quantidade de petróleo que vaza "para o Golfo do México parece mais uma epidemia que nós combateremos durante meses e, inclusive, anos", acrescentou o presidente. Ele se comprometeu a fazer tudo o que estiver a seu alcance para conter o vazamento e recuperar a costa do Golfo. "Vamos lutar contra esse vazamento com tudo o que temos, pelo tempo que for preciso. Vamos fazer com que a BP pague pelo estrago que sua companhia causou", afirmou Obama.

Falando a programas noticiosos matutinos de todo o país, Obama abordou a redução da dependência do país de combustíveis fósseis e petróleo importado - o discurso ocorre num momento em que o Congresso analisa a ampliação da legislação sobre energia com o objetivo de conter mudanças climáticas. O presidente também disse estar feliz por receber ideias de democratas e republicanos para um exaustivo projeto de lei de energia, mas afirmou que os Estados Unidos não podiam se dar ao luxo de evitar mudanças no seu uso de energia.

As mudanças na legislação regulatória para tentar evitar que esse tipo de desastre se repita também foi tema do pronunciamento.

O presidente dos EUA falou ainda sobre como agilizar o pagamento dos prejuízos causados pelo desastre que está poluindo o litoral e sua pesca. "Amanhã, me encontrarei com o presidente da BP e vou informá-lo que ele precisa reservar quaisquer recursos necessários para compensar os trabalhadores e comerciantes afetados como resultado da negligência de sua companhia", disse Obama. "E este fundo não será controlado pela BP. A fim de assegurar que todas as reivindicações legítimas sejam pagas de forma justa e adequada, a conta precisa e será administrada por um terceiro independente", acrescentou.

Obama disse ainda que não suspenderá a moratória de seis meses para perfurações petroleiras offshore até que sejam esclarecidas as causas do vazamento no Golfo do México. "Eu sei que isto traz dificuldades para as pessoas que trabalham nessas plataformas", disse o presidente, em meio a críticas de trabalhadores e executivos do setor petroleiro ao longo da costa sul americana, que temem perder seus empregos. "Mas pelo bem da nossa segurança e pelo bem de toda a região, precisamos conhecer os fatos antes que permitamos a continuidade da perfuração em águas profundas", afirmou no discurso.

"Enquanto isso, eu insto uma comissão a completar seu trabalho o mais rapidamente possível. Espero que eles façam seu trabalho de forma completa e imparcial", afirmou, em alusão ao comitê bipartidário de sete membros, que reúne cientistas, ambientalistas e especialistas em energia para determinar o que causou o acidente com acidente com a plataforma da BP Deepwater Horizon.

Além disso, Obama anunciou também nesta terça a nomeação do ex-inspetor do Departamento de Justiça, Michael Bromwich, como novo responsável pelo Serviço de Administração dos Minerais (MMS, na sigla em inglês), agência que regula a indústria do petróleo, substituindo Elizabeth Birnbaum.

Visita ao Golfo

Antes de discursar oficialmente para a nação, Obama realizou uma visita de dois dias para vistoriar as regiões atingidas pelo vazamento. "Nós vamos lutar com tudo o que temos", disse Obama em sua última manifestação antes de retornar a Washington. Na passagem pela base aeronaval de Pensacola, Obama discursou para cerca de 3,5 mil soldados e reconheceu que as pessoas estão "assustadas" e "zangadas" com o vazamento, o pior desastre ecológico na história americana.

Vazamento aumenta

Uma equipe de cientistas americanos elevou nesta terça sua estimativa para o vazamento de petróleo do poço da British Petroleum no Golfo do México. Os cientistas afirmaram que "provavelmente, a vazão de óleo hoje" varie de entre 35 e 60 mil barris por dia. Isso representa um aumento significativo em relação à estimativa anterior, de entre 20 e 40 mil barris por dia.

Entre 5,5 e 9,5 milhões de l de petróleo vazam por dia no Golfo do México, segundo os novos cálculos do governo. Isso representa até 3,1 milhões de l a mais do que calculavam os cientistas até agora.

Com informações de agências internacionais

Fonte: Redação Terra
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