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Estados Unidos

Obama aumentará exigências à BP por vazamento de óleo

13 jun 2010 - 17h44
(atualizado às 19h29)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exigirá que a empresa British Petroleum (BP) estabeleça um fundo para indenizações pelos danos do vazamento de petróleo no Golfo do México iniciado em abril, informou neste domingo a Casa Branca.

Obama, que ontem discutiu a situação da tragédia com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, visitará novamente na segunda e na terça-feira o litoral americano do Golfo afetado pela mancha de óleo e, na quarta-feira, se reunirá com o presidente da BP, Carl-Henric Svanberg.

"Quando retornar, falará à nação na Casa Branca", disse hoje o assessor presidencial David Axelrod. "Chegamos a um ponto decisivo nesta saga, porque agora já sabemos o que se pode e o que não se pode fazer para recolher o petróleo".

Neste domingo vence um prazo dado pelo governo dos Estados Unidos à British Petroleum para a aplicação de métodos mais eficazes na contenção do petróleo e a limpeza de uma vasta região atingida.

O vazamento de óleo no Golfo do México começou no dia 22 de abril, quando a plataforma petrolífera Deepwater Horizon da BP afundou no mar, dois dias após explodir e causar a morte de 11 trabalhadores, deixando aberto um poço de petróleo no fundo do mar.

Desde então, milhões de litros de petróleo vazaram no Golfo, cerca de 100 quilômetros do litoral dos estados americanos da Louisiana e do Alabama.

A BP apresentou planos de sistemas, aplicáveis em várias períodos, que permitiriam a captura de quantidades crescentes de óleo. O mais eficaz dos sistemas poderia capturar de 40 mil a 50 mil barris diários de petróleo e estaria em funcionamento em meados de julho.

A empresa indicou que atualmente está colhendo cerca de 15.550 barris diários do petróleo liberado pelo poço e que recolheu mais de 104 mil barris de petróleo nas águas do Golfo do México.

As autoridades americanas calculam que, do poço, vazam 40 mil barris diários de petróleo, e há porções de contaminação no litoral da Louisiana e do Alabama.

"Essa é uma crise que continua, como uma epidemia", disse Axelrod no programa Meet the Press da emissora NBC. "Nossa missão é que a BP assuma a responsabilidade de todas as formas possíveis".

De acordo com o site do grupo de mídia Politico, se necessário, Obama exercerá toda sua autoridade legal para que a BP reserve fundos de ressarcimento. O presidente quer que as indenizações sejam pagas sob procedimentos "justos, eficientes e transparentes" administrados por um painel independente, estabelecido exclusivamente para o propósito.

A diretoria da BP discutirá nesta segunda-feira a prorrogação do pagamento de seus dividendos do segundo trimestre e a reserva de fundos para atender às exigências pelo vazamento de petróleo.

Além da pressão crescente do governo dos EUA, a BP também recebe exigências dos Estados afetados pelo vazamento para que reserve fundos de compensação. O secretário de Justiça da Flórida, Bill McCollum, e o tesoureiro da Louisiana, John Kennedy, já indicaram que buscarão que a BP reserve cerca de US$ 7,5 bilhões para indenizações pelos prejuízos causados em seus Estados.

Os governos do Alabama, Mississipi e Texas, por enquanto, não indicaram se preparam reivindicações similares.

No dia 31 de março, a British Petroleum possuía disponíveis US$ 6,8 bilhões em dinheiro e outros ativos equivalentes.

Mancha de óleo é vista na costa americana
Mancha de óleo é vista na costa americana
Foto: AP
EFE   
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