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Ásia

Torpedo detona crise entre Coreia do Sul e Coreia do Norte

20 mai 2010 - 00h08
(atualizado às 10h09)
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Um torpedo disparado de um submarino da Coreia do Norte afundou uma corveta (navio de guerra) sul-coreana no dia 26 de março passado, no Mar Amarelo, matando 46 marinheiros, revelou uma investigação internacional sobre o incidente, o que deflagrou uma nova crise na região.

Em Seul, câmeras documentam vestígio do barco sul-coreano afundado no Mar Amarelo, durante entrevista
Em Seul, câmeras documentam vestígio do barco sul-coreano afundado no Mar Amarelo, durante entrevista
Foto: AFP

"As provas nos levam a concluir, de maneira integral, que o torpedo foi disparado por um submarino norte-coreano", afirmou nesta quinta-feira, em Seul, um membro da equipe de investigação. "Não há outra explicação possível".

Após a divulgação do resultado, o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, afirmou por telefone ao primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, que "adotará medidas enérgicas contra a Coreia do Norte", e que contará com a cooperação internacional. "Devemos fazer a Coreia do Norte admitir sua ação e obrigá-la a ser novamente um membro responsável da comunidade internacional", disse Lee Myung-Bak.

Os Estados Unidos condenaram "energicamente este ato de agressão", acrescentando que a equipe internacional de investigação fez um "trabalho objetivo e científico", segundo o porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs. O presidente americano, Barack Obama, manifestou seus pêsames a Lee Myung-Bak e ao povo sul-coreano pela perda de 46 vidas a bordo da embarcação.

A Coreia do Norte reagiu negando qualquer envolvimento no incidente e advertindo para o risco de uma "guerra generalizada" caso sofra sanções internacionais ligadas ao naufrágio. A Comissão de Defesa Nacional (NDC) da Coreia do Norte chamou de "invenções" as conclusões da comissão internacional de que um submarino norte-coreano tenha afundado a corveta "Cheonan".

"Vamos adotar medidas enérgicas, inclusive uma guerra generalizada, se sanções forem impostas à Coreia do Norte", prometeu a NDC, presidida pelo número um do regime norte-coreano, Kim Jong-il, segundo a Yonhap.

O comunicado afirma ainda que a Coreia do Norte vai enviar seus próprios especialistas à Coreia do Sul para verificar as provas citadas pelos investigadores internacionais. Na mesma nota, a NDC chama de "traidor" o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak.

No início de maio, os investigadores informaram ter encontrado um fragmento de torpedo nos destroços da corveta, retirados do fundo do mar. O fragmento continha "um tipo de alumínio" que "não existe" na Coreia do Sul, revelou um dos investigadores. A corveta de 1,2 mil toneladas "Chenoan" naufragou após explodir e se partir em dois diante da ilha de Baengnyeong, no Mar Amarelo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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