EUA declaram "catástrofe nacional" por vazamento de petróleo
29 abr2010 - 13h42
(atualizado às 15h46)
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O governo dos Estados Unidos declarou nesta quinta o vazamento de petróleo no Golfo do México, frente a costa da Louisiana, uma "catástrofe nacional" no que ameaça ser um dos maiores desastres ecológicos da história do país.
A secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, disse em entrevista coletiva que decretar o estado de "catástrofe nacional" permite ao Governo mobilizar mais recursos para fazer frente ao vazamento.
"Usaremos todos os ativos disponíveis" para enfrentar, disse a secretária, diante do prognóstico de que a mancha de petróleo poderá chegar às restingas da Louisiana na sexta-feira.
A alta funcionária disse que Bristish Petroleum (BP), proprietária da plataforma petrolífera que explodiu e afundou em 20 de abril, "é responsável pelos custos que envolvem as tarefas de limpeza" da mancha de óleo.
Os responsáveis pelo serviço da Guarda Costeira indicaram na entrevista coletiva, no entanto, que a multinacional britânica está pondo todos os meios para frear o desastre ecológico no Golfo do México.
"Estamos preparados para o pior dos cenários", disse na mesma entrevista Sally Brice O'Hare, contra-almirante da Guarda Costeira, quem insistiu que estão trabalhando contra o relógio para evitar que esta catástrofe "se transforme em outro Exxon Valdez", o petroleiro que derramou milhões de toneladas de petróleo no Alasca em 1989.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, indicou que o presidente Barack Obama ordenou a mobilização de mais recursos para enfrentar "de maneira agressiva" o vazamento.
5 mil barris/dia
Um executivo da petroleira BP concordou nesta quinta-feira com as estimativas do governo americano quanto ao vazamento de petróleo que criou uma maré negra no Golfo do México, que pode ser de mais de 5 mil barris/dia (800 mil l), muito mais que o previsto.
Na véspera, a Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou que ao menos 5 mil barris de petróleo estão vazando diariamente no Golfo do México. "Descobriram um novo ponto de vazamento", assinalou o oficial Erik Swanson à AFP. Isto equivale a "5 mil barris diários".
Queima controlada
Equipes de emergência iniciaram na quarta-feira a queima controlada da gigantesca mancha de petróleo provocada pela explosão de uma plataforma no Golfo do México, diante da ameaça de o óleo chegar à costa da Louisiana.
"É incendiada com uma pequena boia que se desloca pela mancha e a inflama. A queima ocorre satisfatoriamente", disse o oficial da Guarda Costeira Cory Mendenhall sobre a operação para paliar os efeitos do vazamento provocado pelo afundamento da plataforma petroleira diante da costa americana, na quinta-feira passada.
A drástica decisão de atear fogo à maré negra foi adotada após a mancha chegar a cerca de 40 km dos pântanos de Louisiana, hábitat de diversas espécies.
Uma frota de barcos da Guarda Costeira e da companhia britânica de petróleo BP empurrava as partes mais densas da mancha para uma barreira flutuante resistente ao fogo.
"O plano é queimar, de forma restrita e controlada, milhares de galões de petróleo, e cada operação dever durar cerca de uma hora", explicaram as autoridades e a BP.
Previsão
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) americana advertiu que os fortes ventos de sudeste previstos para os próximos dias poderão empurrar a maré negra para os pântanos da Louisiana.
A plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, afundou na quinta-feira passada 240 km a sudeste de Nova Orleans, dois dias depois de uma explosão que causou a morte de 11 trabalhadores.
A queima da mancha de petróleo para proteger a costa provocará seus próprios problemas ambientais, criando enormes nuvens de fumaça tóxica e deixando resíduos no mar.
Na terça-feira, fracassaram as tentativas de fechar dois focos de vazamento no oleoduto ligado à plataforma, realizadas por quatro submarinos robotizados a 1.500 m de profundidade.
Por outro lado, o governador da Louisiana, Bobby Jindal, solicitou ajuda federal de emergência para proteger a costa, levando em conta as informações segundo as quais parte da mancha chegará ao litoral do Estado antes do previsto, ameaçando o frágil ecossistema com uma catástrofe de grandes proporções.
Uma parte da camada de petróleo, que tem 965 km de circunferência, se separou do resto e poderá alcançar diretamente nesta quinta-feira uma reserva natural no litoral devido aos fontes ventos na zona, disse Jindal citando informes da NOAA.
"Nossa prioridade absoluta é proteger nossos cidadãos e ambiente. Esses meios pedidos são primordicais para atenuar o impacto da mare negra sobre nossas costas", afirmou.
Duas barreiras flutuantes foram instaladas para cobrir 20 milhas náuticas frente ao litoral da Louisiana numa tentativa de conter o petróleo. Mas, segundo o governador, são insuficientes e será preciso instalar outras mais.
Com informações da AFP
Óleo é visto em torno do navio petroleiro Joe Griffin, assim que chega ao local onde ocorreu a explosão da plataforma Deepwater, no Golfo do México
Foto: AP
Mancha de óleo toma conta do mar na costa de Louisiana, no Golfo do México
Foto: AP
Uma plataforma é rodeada por manchas de óleo, no rio Mississippi
Foto: Reuters
Pescadores da região auxiliam como voluntários no carregamento de bóias, em Louisiana
Foto: AFP
Tartaruga morta é vista nas areias da praia de Saint Louis, no Mississipi
Foto: AFP
Tartaruga coberta por óleo é encontrada morta em Pass Christian, costa do Mississipi
Foto: AP
Pássaros cobertos por óleo são vistos na Ilha Brenton Sound, no Golfo do México, ao sul de Lousiana
Foto: AFP
Pássaro manchado pelo óleo voa pela costa de Lousiana
Foto: AFP
Imagem de satélite mostra mancha no contorno da costa de Lousiana
Foto: AFP
Plataforma de petróleo explodiu e pegou fogo, no Golfo do México, costa de Louisiana
Foto: AP
A Guarda Corteira registrou o incêndio após a explosão quando chegava para prestar socorro
Foto: AFP
Guarda Costeira utilizou quatro barcos para controlar as chamas
Foto: AP
Devido à intesidade das chamas, mais barcos tiveram que ser utilizados
Foto: AP
Coluna de fumaça ficou visível à longa distância
Foto: AP
Van transportando operários resgatados deixa a empresa, em Louisiana
Foto: AP
Ao menos 5 mil barris de petróleo estão vazando diariamente no Golfo do México
Foto: Reuters
Mancha de óleo se movimenta rapidamente e pode atingir em breve a costa americana
Foto: EFE
Petróleo se espalha em região onde ficava a plataforma, no Golfo do México
Foto: AP
A mancha chegou a cerca de 40 km dos pântanos de Louisiana, hábitat de diversas espécies
Foto: AFP
Equipes de emergência iniciaram na quarta-feira a queima controlada da gigantesca mancha de petróleo
Foto: AFP
Autoridades americanas disseram que o vazamento ameaça ser um dos maiores desastres ecológicos da história do país
Foto: AP
Em imagem de satélite, nuvens à direita da imagem cobrem a região onde está a mancha de óleo, próximo à costa da Louisiana
Foto: AFP
Imagem de satélite mostra a mancha de óleo avançando em direção à costa da Louisiana, no Golfo do México
Foto: Reuters
Veterinários limpam um pássaro Gannet do Norte sujo pelo óleo acumulado no mar, em Fort Jackson
Foto: AP
Pesquisadores resgatam tartaruga morta após ser contaminada pelo vazamento de petróleo, em Pass Christian, Mississipi
Foto: AP
Homens colocam barreiras para conter a chegada de óleo na beira da praia de Dauphin Island, no Alabama
Foto: EFE
Trabalhadores retiram algas manchadas de óleo e limpam a praia em Gulfport, no Mississipi
Foto: Reuters
O interior da estrutura de 100 toneladas que será usada para frear o vazamento de petróleo no Golfo do México
Foto: AP
Óleo cobre a superfície do mar, no Golfo do México
Foto: AP
Óleo é queimado no Golfo do México
Foto: Reuters
Ave coberta de petróleo tenta levantar voo junto ao casco de um navio, na região onde acontece o vazamento no Golfo do México
Foto: AP
orda de proteção é amarrada nas águas de Perdido Pass, no Alabama
Foto: Reuters
Manchas de óleo cobrem a superfície do mar
Foto: AP
Pássaro morto sujo de óleo é visto na praia de Grand Isle, na Louisiana
Foto: Reuters
Mancha de óleo se espalha pela margem do rio Mississippi
Foto: AP
Bóias são colocadas ao redor das Ilhas Cat, na baía de Barataria, Golfo do México
Foto: Reuters
Reprodução de vídeo mostra equipamento que tentará fazer a vedação do vazamento de óleo na tubulação
Foto: AP
Imagem de satélite divulgada pela Nasa mostra mancha de óleo (na cor prateada) que se alastra no delta do Rio Mississipi, nos Estados Unidos
Foto: AFP
Manhca de óleo é vista nas águas do Golfo do México
Foto: Reuters
Foto divulgada pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera mostra a mancha de óleo se aproximando dos corais da região de Key Largo, na Flórida
Foto: AP
Biólogos caminham na beira da praia da Ilha Raccoon, na costa da Louisiana
Foto: Reuters
Imagem de satélite mostra a mancha de petróleo no Golfo do México
Foto: AFP
Boias tentam conter o avanço da mancha de óleo na superfície, na ilha de Queen Bess, na Louisiana
Foto: EFE
Barco controla a operação das boias na ilha de Queen Bess
Foto: Reuters
Óleo suja praia na ilha de Queen Bess
Foto: EFE
Barcos colocam boias em região coberta pelo óleo, próximo à baía de Barataria, na Louisiana
Foto: Reuters
Funcionário da BP trabalha na limpeza de praia na Louisiana
Foto: AP
Pelicanos marrons, alguns sujos de óleo, pousam em pedras próximo a Venice, na Louisiana
Foto: AFP
Bóias de contenção do óleo são vistas embaixo de um pier na paria de Gulf Shores, no Alabama
Foto: AP
O presidente americano, Barack Obama, observa trabalhadores limpando bóias de contenção, na cidade de Theodore, no Alabama
Foto: AP
Imagem divulgada nesta quinta-feira pela BP mostra que o vazamento segue acontecendo, apesar das divesas tentativas de contê-lo
Foto: AP
Imagem mostra sistema de sucção, que tenta minimizar o vazamento de óleo no Golfo do México
Foto: Reuters
Imagem divulgada pela BP mostra vazamento de óleo de duto, no Golfo do México
Foto: AP
Garrafa coberta de óleo é vista na praia de Pensacola, na Flórida
Foto: EFE
Obama é cumprimentado por oficial da Guarda Costeira americana ao chegar em Louisiana
Foto: AP
Barco navega pelas águas contaminadas pela mancha de óleo, no Golfo do México
Foto: AP
Uma marca de uma pegada na areia é preenchida com o óleo que já chegou à praia de Dauphin Island, no Alabama
Foto: AFP
Pelicano manchado pelo óleo é visto na praia da Ilha East Grand Terre, na costa da Louisiana