Número 2 do Vaticano diz que "celibato não é intocável"
O número 2 do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, afirmou que o celibato entre os padres "não é intocável", mas defendeu a prática, negando que os escândalos de pedofilia na Igreja Católica tenham algum vínculo com ela.
Apesar da declaração, em entrevista a uma emissora de TV, o religioso disse que o celibato é uma prática "boa e fecunda" e seu abandono "produz uma progressiva degradação da vida do sacerdote, que deixa de ser um exemplo, um guia espiritual para os demais".
Bertone é o mesmo cardeal que provocou polêmica ao declarar no início do mês: "Muitos psicólogos, muitos psiquiatras demonstraram que não há relação entre o celibato e a pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e me disseram recentemente que há relação entre homossexualidade e pedofilia".
O Vaticano tentou retificar ao destacar que o cardeal falava apenas sobre os casos de pedofilia no clero.
A Santa Sé também se viu envolvida em outra polêmica no fim de semana, depois do vazamento de um memorando de um funcionário do Ministério das Relações Exteriores britânico. O documento, feito de gozação por um jovem funcionário, aconselhava o Papa a lançar sua própria marca de preservativos durante a visita que fará à Grã-Bretanha, em setembro. O texto acabou sendo divulgado por um jornal britânico. O órgão pediu desculpas e o funcionário foi transferido. "Para nós, o assunto está encerrado", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.