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Presidente do Haiti pede ao Brasil ajuda para realizar eleições

26 abr 2010 - 19h43
(atualizado às 21h11)
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O presidente do Haiti, René Préval, pediu nesta segunda-feira ajuda do governo brasileiro e da comunidade internacional para a realização das eleições parlamentares de maio e da disputa presidencial de fevereiro de 2011. Para o haitiano, só a democracia pode assegurar as condições necessárias para a atração de investimentos e a "refundação do país", que foi devastado por um forte terremoto em janeiro.

Lula (esq.) recebe Préval no Palácio Itamaraty
Lula (esq.) recebe Préval no Palácio Itamaraty
Foto: Ricardo Stuckert/PR / Divulgação

"Solicitamos à comunidade internacional e especialmente ao Brasil que apoiem a realização de eleições para que a democracia possa garantir a estabilidade que estamos procurando no Haiti", disse o presidente do país caribenho a jornalistas depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e participar da reunião de cúpula entre o Brasil e a Comunidade do Caribe (Caricom). "A estabilidade na democracia é uma das condições para o desenvolvimento do país", afirmou.

O Brasil lidera a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) enviada ao Haiti. O secretário-geral do Itamaraty, embaixador Antonio Patriota, demonstrou "confiança muito grande na vocação democrática" de Préval.

"Não é porque houve um terremoto no Haiti que se deve interpretar que haverá retrocessos no plano da estabilidade e do progresso político e institucional no Haiti", disse Patriota.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no dia 12 de janeiro, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. O governo haitiano confirmou a morte de mais de 200 mil pessoas. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, e pelo menos 18 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Também foi confirmada a morte de uma brasileira com dupla nacionalidade, cuja identidade não foi divulgada.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

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