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Europa

Vulcão islandês expulsa lava e menos cinzas, dizem cientistas

20 abr 2010 - 14h32
(atualizado às 15h14)
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A erupção do vulcão Eyjafjallajokull prossegue, mas as cinzas expelidas há uma semana, responsáveis pela paralisação do tráfego aéreo europeu, diminuíram claramente, afirmaram nesta terça-feira cientistas irlandeses, no momento em que o continente teme a chegada de uma nova nuvem.

Vulcão na Islândia expele menos cinza e mais lava:

O vulcão começou a expelir lava, o que faz com que a geleira que o cobre libere menos água no magma, reduzindo a quantidade de vapor e, em consequência, menos cinzas.

"Há menos cinzas. Para a Europa, a situação melhora, mas a erupção continua", afirma Gudrun Nina Petersen, da Agência Meteorológica Islandesa.

Segundo o vulcanologista francês Patrick Allard, a altura da coluna de cinzas diminuiu pela metade nas últimas 48 horas, porque "há menos interação entre o magma e a geleira, que foi derretendo pouco a pouco e evaporou. Isto contribui para diminuir a intensidade da atividade explosiva".

Petersen adverte que as informações divulgadas na Europa sobre a chegada de uma nova nuvem de cinzas foram interpretadas de forma equivocada.

A autoridade britânica de controle do tráfego aéreo (NATS) anunciou na segunda-feira à noite que a erupção do vulcão islandês havia se intensificado, enviando uma nova nuvem de cinzas à Grã-Bretanha.

Mas, segundo Petersen, "se forem detectadas cinzas sobre a Inglaterra, são as que foram expelidas 24 horas antes" de o vulcão começar a soltar lava.

Quanto à suposta intensificação da erupção, uma geofísica da Universidade da Islândia, Sigrun Hreinsdottir, a desmente firmemente.

"Seguimos constatando uma retração das atividades do vulcão, o que é um bom sinal", afirmou à AFP.

Os cientistas advertem, no entanto, que o vulcão, que entrou em erupção no dia 14 de abril, segue produzindo cinzas, e que a quantidade desta que entra no espaço aéreo europeu depende da força e da direção dos ventos. Justamente em latitudes altas os ventos que sopram sobre a Islândia são mais fortes e seguem em direção à Europa.

Assim, outro dos principais fatores que influenciarão a normalização do tráfego aéreo europeu será a altura da coluna de cinzas que sai do Eyjafjallajokull.

Atualmente, a coluna não supera os 4 mil m, segundo os cientistas, ou seja, abaixo dos ventos mais altos e mais fortes.

"Segue saindo uma coluna da cratera, mas é menor e mais clara, o que significa que já não há muitas cinzas dentro", garante a polícia islandesa, que informa sobre uma "atividade vulcânica considerável" no Eyjafjallajokull, manifestada nas três crateras atualmente em atividade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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