PUBLICIDADE

Europa

Vulcão islandês instala caos no tráfego aéreo europeu

15 abr 2010 - 15h41
(atualizado em 19/4/2010 às 11h01)
Compartilhar

A nuvem de cinzas gerada pela erupção de um vulcão na Islândia forçou vários países europeus a fechar o espaço aéreo e a cancelar voos em todo o continente, deixando milhares de passageiros em terra.

Um quarto de todo o tráfego foi suspenso por enquanto, segundo dados do Eurocontrol, a agência responsável pela segurança aérea na Europa.

Noruega, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca fecharam seu espaço aéreo salvo para casos de emergência, enquanto as autoridades suecas já anunciaram que o farão ainda hoje.

A França informou que manterá fechados 24 de seus aeroportos ao longo do dia, entre eles os três de Paris.

As restrições parciais afetaram também Bélgica e Finlândia, assim como outros aeroportos europeus de forma indireta.

Nos Estados Unidos, dezenas de voos que tinham previsto sair de Nova York e outras grandes cidades com destino à Europa foram cancelados ou desviados devido à ameaça das cinzas.

As cinzas contêm partículas que podem afetar o funcionamento das turbinas dos motores dos aviões e absorvem facilmente água, o que pode causar curtos-circuitos e estragar peças eletrônicas.

Especialistas dizem também que as cinzas podem diminuir a estabilidade das aeronaves ao depositar-se sobre as asas, além de prejudicarem a visibilidade.

Nem o Eurocontrol nem as autoridades de cada país se atreveram a dar um prazo concreto sobre o fim das restrições. A ministra de Transportes norueguesa, Magnhild Meltveit Kleppa, já confirmou que o seu espaço aéreo permanecerá fechado durante a sexta-feira.

As restrições prejudicaram milhares de passageiros em toda a Europa, inclusive no aeroporto com maior tráfego do continente, o de Heathrow, em Londres, com 1.300 voos diários.

Entre os prejudicados estão personalidades como o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, o príncipe Haakon da Noruega e o chanceler sueco, Carl Bildt, assim como membros da realeza europeia que tinham previsto ir a Copenhague para o aniversário da rainha Margrethe II.

Enquanto boa parte do norte da Europa se viu afetado pelo caos no tráfego aéreo, na Islândia, origem da erupção, as restrições no setor foram limitadas e o aeroporto internacional de Keflavik continua aberto.

Keflavik está a oeste da geleira Eyjafjalla, enquanto as cinzas se espalham na direção leste e sudeste.

A situação na Islândia, uma ilha vulcânica onde acontecem erupções a cada três anos em média, é de relativa calma.

Muitas das 800 pessoas que moram em áreas próximas ao vulcão já voltaram para casa, embora as autoridades acompanhem de perto a evolução da atividade e não descartem novas retiradas.

A Direção de Saúde da Islândia convidou hoje as pessoas a permanecer em casa e não sair salvo por motivos de extrema necessidade. Nesse caso, recomendou o uso de máscaras para evitar os gases tóxicos.

O aviso foi dirigido a toda a população e não só à que reside em zonas próximas ao vulcão, perante a impossibilidade de prever com exatidão mudanças na direção do vento. As máscaras serão distribuídas de graça em postos de saúde.

A corrente de lava misturada com gelo derretido da geleira provocou um aumento do nível de água de 1 a 2 metros em um rio próximo a Eyjafjalla, o que obrigou as equipes de resgate a abrir valas nos caminhos para evitar danos em pontes.

Especialistas calculam que a erupção é dez vezes superior à do vulcão Fimmvorduhals, ocorrida no final de março e que terminou na semana passada.

O maior temor é de que as erupções sejam uma antecipação da explosão do vulcão Katla, de maior potência, como ocorreu várias antes.

EFE   
Compartilhar
Publicidade