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Alemães celebram 65º ano livres de campo de concentração

Sobreviventes e políticos participaram, de uma cerimônia, para marcar o 65º aniversário da liberação do campo de concentração.

11 abr 2010 - 13h25
(atualizado às 17h23)
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Sobreviventes e políticos participaram, neste domingo, de uma cerimônia, para marcar o 65º aniversário da liberação do campo de concentração de Buchenwald (centro da Alemanha).

Sobreviventes celebram o fechamento do campo
Sobreviventes celebram o fechamento do campo
Foto: AP

"Muitos dos meus companheiros estão mortos, declarou Günther Pappenheim, 84 anos, um dos 90 sobreviventes que assistiram à solenidade.

"Mas as vítimas do terror fascista, os companheiros que perderam a vida em Buchenwald, vivem em nossos corações... queremos que não sejam jamais esquecidos", firmou.

Buchenwald não era, propriamente dito, um campo de extermínio - uma vez que ficavam situados em territórios da Europa do Leste ocupados, a exemplo de Auschwitz, na Polônia - mas foi palco de imensos sofrimentos.

Estima-se que 56 mil pessoas, provenientes de toda a Europa, tenham morrido aí entre 1937 e 1945, em condições desumanas, indo do esgotamento pelo trabalho à fome, passando por experiências médicas, ou execuções sumárias, como foi o caso de 8 mil soldados russos mortos com um tiro na nuca.

Já quase no final da Segunda Guerra Mundial, muitos foram enviados ao Leste, às câmaras de gás. Cerca de 250 mil pessoas passaram por Buchenwald e pelos 136 campos satélites durante esse período, obrigadas a participar do esforço de guerra nazista nas fábricas.

Judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, oponentes declarados ou supostos de Hitler vieram de França, Ucrânia, Polônia, Holanda.

Entre os detidos franceses conhecidos figuravam os presidentes do conselho Edouard Daladier, Paul Reynaud e Léon Blum. No dia 11 de abril de 1945, a 6a divisão blindada do terceiro exército americano chegou a Buchenwald, encontrando 21 mil detidos em estado de magreza atroz e 900 menores, entre eles uma criança de 4 anos.

Após o armistício, a polícia secreta soviética, NKVD, reocupou o campo até 1950, mantendo prisioneiras 28 mil pessoas, entre elas 7,1 mil que morreram devido a condições desumanas. Seus corpos foram jogados em fossas comuns.

stu/hap/sd

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