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Europa

Padre pede perdão por comparar críticas a antissemitismo

4 abr 2010 - 06h15
(atualizado às 07h07)
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O Predicador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, pediu perdão aos judeus por seu discurso da Sexta-Feira Santa, quando comparou as críticas ao papa Bento XVI pelos casos de pedofilia com o antissemitismo. O predicador também disse que o pontífice desconhecia o texto, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal Corriere della Sera.

Reverendo Raniero Cantalamessa fez declaração polêmica na Sexta-Feira Santa
Reverendo Raniero Cantalamessa fez declaração polêmica na Sexta-Feira Santa
Foto: AP

O franciscano, de 75 anos, assinalou que suas intenções eram "amistosas" e que levando em conta que este ano a Páscoa cristã e a judia caem na mesma semana, queria enviar uma saudação aos judeus. "Essa data, infelizmente, sempre foi de confronto e, para eles, de compreensível sofrimento", afirmou.

Ele se referia às preces dos católicos pelos judeus da Sexta-Feira Santa. No rito anterior ao Concílio Vaticano II, se pedia aos judeus que se convertessem ao cristianismo, além das preces a Deus para que "fosse eliminada a cegueira deste povo, para que, reconhecida a verdade de sua luz, que é o Cristo, saíssem das trevas". Essa frase foi mudada e atualmente se implora a Deus que "ilumine seus corações para que reconheçam a Jesus Cristo salvador de todos os homens", texto que segue sendo criticado pelos judeus.

O predicador da Casa Pontifícia disse em seu discurso da Sexta-Feira Santa que um amigo judeu tinha lhe escrito, mostrando-lhe seu "desgosto" pelas críticas da imprensa internacional a Bento XVI, ao qual acusam de ter escondido casos de padres pedófilos.

Cantalamessa disse que citou a de seu amigo judeu em sua homilia "porque pareceu um testemunho de solidariedade com o pontífice tão duramente atacado nestes dias". "A minha intenção era amistosa, o contrário de hostil", insistiu o franciscano.

EFE   
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