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América Latina

Colômbia: não extraditar israelense é vergonha para Europa

3 abr 2010 - 20h49
(atualizado às 22h02)
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O Governo colombiano considerou hoje uma "vergonha" a decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos de suspender a extradição a Bogotá de Yair Klein, mercenário israelense condenado no país por treinar grupos paramilitares.

As afirmações foram feitas pelo vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, em comunicado divulgado por seu escritório após conhecer a postura da autoridade europeia de direitos humanos perante o caso de Klein, cuja extradição à Colômbia tinha sido concedida de maneira prévia pela Rússia.

Klein foi detido no dia 28 de agosto de 2007 no aeroporto russo de Domedévodo por solicitação do Executivo colombiano, que tenta fazer com que este oficial retirado do Exército israelense cumpra uma condenação de dez anos e oito meses de prisão que lhe foi imposta há uma década por um juiz colombiano.

O mercenário compareceu como réu ausente, o mesmo que seus compatriotas Melnik Ferry e Tzedaka Abraham, em processo por instrução e treino de grupos terroristas. As acusações remontam aos anos 80, quando o coronel Klein e seus concidadãos viajaram à Colômbia contratados por chefes do narcotráfico para que oferecessem treinamento militar a seus grupos armados, considerados o germe dos grupos paramilitares do país.

"A decisão do Tribunal Europeu (...) é uma página negra para os direitos humanos no mundo, favorece a impunidade dos crimes cometidos pelo senhor Klein e seus alunos paramilitares na Colômbia, negando a verdade e a justiça para suas vítimas", disse o vice-presidente Santos.

Santos o argumento de Klein que disse que na Colômbia "poderia ser torturado ou ter seus direitos humanos vulnerados", o que levado em conta pelo Tribunal Europeu com sede em Estrasburgo, que, além disso, considerou ilegítima a ordem prévia da Rússia de entregá-lo ao país andino.

Na nota, o vice-presidente afirmou que "é uma vergonha" que Klein alegue que seus direitos seriam violados na Colômbia, quando nem ele nem as pessoas que instruiu respeitaram os de centenas de vítimas, entre elas candidatos presidenciais, defensores, funcionários judiciais e jornalistas.

O Estado colombiano (...) expressa sua preocupação com este tipo de decisões que manifestam dois pesos e duas medidas sobre os violadores de direitos humanos: enquanto se exige à Colômbia que não haja impunidade se facilita a impunidade de um criminoso confesso de guerra", enfatizou Santos.

EFE   
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