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Ásia

Autoflagelo de fiéis filipinos lembra Sexta-Feira da Paixão

2 abr 2010 - 11h33
(atualizado às 13h15)
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Dezenas de devotos expressaram dor nesta Sexta-Feira da Paixão enquanto se crucificavam perto de outros que se flagelavam até sangrar em várias cidades das Filipinas, reduto asiático do catolicismo.

Rommel David e amigos do povoado de San Juan começaram a comemoração da Paixão de Cristo com açoites usando varas de bambu até deixar as costas em carne viva.

"Faço isso por minha família, para que não tenham doenças", disse o decorador de 36 anos, com um pedaço de pano sobre a cabeça e uma coroa de arame com espinhos. "Isso é a coisa mais dolorosa que já fiz, mas é pelo Senhor e é minha penitência", afirmou.

David disse ter se flagelado por seus pais e pelos cinco irmãos, e para demonstrar sua devoção, durante os últimos sete anos.

A cena se repetiu em localidades próximas à cidade de San Fernando, ao norte de Manila, que se converteu no centro da tradição filipina da Sexta-Feira Santa.

Na hora do almoço, as crianças corriam pelas aldeias com o chão cheio de sangue derramado pelas flagelações.

Vinte e cinco pessoas, entre elas Mary-Hane Mamangun, 34 anos, foram crucificadas no povoado de San Fernando para reviver durante alguns minutos a dolorosa crucificação de Jesus Cristo.

Mamangun faz o ritual por 14 anos seguidos. Ela está convencida de que com essa dura prova ajudou a avó a se recuperar de derrames e a irmã de um câncer.

"Minha avó tem agora 88 anos e ainda está sã", disse Mamangun antes de se crucificar. A penitente afirmou antes e depois da crucificação que não sentiu dor quando os pregos de cinco centímetros entravam a marteladas em suas mãos e pés.

Com as mãos pregadas, mulher é crucificada em uma sessão de auto-flagelo em San Fernando, nas Filipinas
Com as mãos pregadas, mulher é crucificada em uma sessão de auto-flagelo em San Fernando, nas Filipinas
Foto: AP
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