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Oriente Médio

Prefeito de Jerusalém quer parque em lugar de casas palestinas

2 mar 2010 - 07h53
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O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, anuncia hoje a demolição de cerca de 20 casas palestinas na parte oriental da cidade, ocupada por Israel desde 1967.

O anúncio está previsto para as 15h (10h de Brasília), em uma entrevista coletiva na qual Barkat apresentará a ideia de criar um parque arqueológico no bairro de Siluan, onde ficam os imóveis palestinos que serão colocados a baixo.

Segundo a Prefeitura, na região há 88 propriedades palestinas construídas ilegalmente, 22 das quais serão irremediavelmente demolidas para a construção do parque. As outras 66 residências, de acordo com a imprensa local, serão legalizadas.

Em troca dos terrenos que desocupará, a Prefeitura vai oferecer aos desabrigados a possibilidade de erguer construções de até quatro plantas no outro lado do bairro.

Fontes da Administração municipal ouvidas pela edição eletrônica do jornal "Yedioth Ahronoth" disseram que parte dos moradores apoia o projeto, mas o advogado da comunidade, Ziad Kawar, desmentiu a informação.

"Ontem, entreguei a Barkat uma carta na qual expressamos a ele nossa oposição. Não há um só morador que esteja de acordo com a medida", declarou à publicação.

Kawar disse que nas 22 casas que a Prefeitura quer demolir vivem cerca de 40 famílias que terão que construir casas em outro lugar a um custo aproximado de 2 milhões de shekels (400 mil euros), soma da qual não dispõem.

"O que Barkat diz a eles é que quer destruir as casas e que eles sigam para outro lugar, já que quer construir ali, a um passo do Muro das Lamentações e da Mesquita de al-Aqsa, o Parque Real, que tem um simbolismo religioso, político e histórico", acrescentou o advogado.

Pela população palestina, o parque é visto como uma tentativa de Israel de judaizar a Cidade Santa. Além disso, ele será construído em uma área de Jerusalém que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) reivindica como capital de seu futuro Estado.

O projeto do prefeito prevê ainda a legalização de várias propriedades de judeus construídas dentro do bairro palestino.

EFE   
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