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Oriente Médio

Filho de líder do Hamas salvou Shimon Peres de atentado

25 fev 2010 - 07h56
(atualizado às 08h24)
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Musab Hassan Youssef, filho do xeque Hassan Youssef, um dos fundadores do Hamas, evitou em 2001 um atentado contra Shimon Peres, atual presidente de Israel e, à época, ministro de Assuntos Exteriores, informa nesta quinta o jornal Ha'aretz.

Ontem, a mesma publicação já tinha dito que Musab, que atualmente vive na Califórnia e se converteu ao Cristianismo, trabalhou durante uma década como agente secreto do serviço de inteligência israelense (Shin Bet).

Nesta quinta, o Ha'aretz publicou uma nova reportagem sobre Musab, que inclui um relato sobre o planejamento do assassinato de Peres. A mesma história foi contada no livro Filho do Hamas, a ser lançado na próxima semana nos Estados Unidos.

Segundo o ex-espião, em meados de 2001, quando a Casa Branca pressionava Yasser Arafat para que detivesse os atentados suicidas palestinos no início da Segunda Intifada, o então líder do braço armado do Fatah, Marwan Barghouti, recebeu a incumbência de parar Abdullah Barghouti, responsável por alguns dos ataques mais sangrentos.

Para fazer o nível de violência das ações palestinas diminuir, Marwan, hoje preso em Israel, marcou um encontro com Abdullah, um terrorista sem filiação mas que trabalhava muito com o Hamas.

No mesmo encontro, no entanto, também estava presente o xeque Hassan Youssef. Musab, o delator, dirigia o carro onde os três estavam.

O "príncipe verde", como o ex-espião era conhecido pelo serviço secreto israelense, ouviu o pai dizer a Abdullah Barghouti que Israel invadiria a Cisjordânia se houvesse mais atentados em solo israelense.

Abdullah respondeu que já tinha feito chegar quatro bombas à cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia, para que fossem colocadas em carros que seriam detonados durante a passagem do veículo de Peres por uma via.

O terrorista aceitou deter a operação, mas disse que não sabia mais quem estava responsável pelos explosivos e que tinha apenas um número de telefone.

Por motivos de segurança, nem Marwan nem Hassan quiseram usar seus telefones celulares para abortar a operação, por isso decidiram comprar um novo aparelho para fazer o telefonema e, depois, destruí-lo.

Musab foi o encarregado de comprar o celular em uma loja. Depois, em segredo, ligou para o serviço secreto israelense e repassou o número do telefone.

Quando a chamada aos terroristas foi feita, o Shin Bet já tinha grampeado a conversa, o que permitiu às autoridades frustrar o ataque.

O ataque planejado, que levou as forças de segurança a aumentar as medidas ao redor de todos os deputados do país, foi um dos inúmeros que Musab ajudou a impedir, destacou o Ha'aretz.

Ontem, o pai dele emitiu um comunicado da prisão, no qual dizia que, "sejam ou não verdadeiras as coisas publicadas (...), Musab não foi nem por um dia membro do Hamas ou de alguma de suas facções".

EFE   
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