Israel quer embargo a petróleo do Irã, mesmo sem aval da ONU
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, propôs nesta segunda-feira um embargo imediato ao setor energético iraniano e disse que o Conselho de Segurança da ONU pode ser ignorado se não concordar com a medida.
O Irã já sofreu três rodadas de sanções da ONU por causa do seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita que esteja voltado para o desenvolvimento de armas nucleares. Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades, mas EUA e Israel não descartam uma ação militar para contê-las.
Em discurso, Netanyahu disse que, para realmente coibir o Irã, o mundo precisa "não de sanções atenuadas, sanções moderadas (...), e sim de sanções efetivas, agudas, que restrinjam a importação e exportação de petróleo do Irã".
"Pode ser que isso não funcione, mas nada mais irá funcionar, e pelo menos saberemos que foi tentado. E, se isso não passar no Conselho de Segurança, então deveria ser feito fora do Conselho de Segurança, mas imediatamente."
Embora o Irã seja o quinto maior exportador de petróleo do mundo, o país importa cerca de 40 por cento da gasolina que consome - daí a menção de Netanyahu e importações exportações.
Muitos diplomatas ocidentais acreditam que China e Rússia usariam seu poder de veto na ONU para bloquear novas sanções.
Mark Regev, porta-voz de Netanyahu, disse que, se não houver apoio suficiente para sanções na ONU, "os Estados Unidos, a Europa e países de mentalidade semelhante (...) podem ter sucesso em enviar a mensagem desejada e forçar o regime de Teerã a repensar seu programa de armas nucleares."
Netanyahu já previu no passado que sanções energéticas poderiam "paralisar" o Irã, embora tenha sugerido na segunda-feira que o embargo petrolífero poderia não ser suficiente para conter o país.
Regev disse que Netanyahu fez, em inglês, um pronunciamento de improviso a líderes judaicos, e que não houve mudança na visão estratégica de Israel com relação ao seu arqui-inimigo.