PUBLICIDADE

Ásia

Chinês acorrenta filho de 2 anos na rua por medo de perdê-lo

4 fev 2010 - 10h40
(atualizado às 12h03)
Compartilhar

Um motorista de moto-táxi chinês que acorrentou seu filho de 2 anos a um poste em frente a um shopping center enquanto trabalhava no distrito de Fangshan, em Pequim, recusou a ajuda oferecida pelo governo local.

Chinês acorrentou seu filho a um poste em frente a um shopping em Fangshan
Chinês acorrentou seu filho a um poste em frente a um shopping em Fangshan
Foto: BBC Brasil

Chen Chualiu, 42 anos, afirma que perdeu sua filha de 4 anos no mês passado, e que a medida extrema era a única forma de manter o filho seguro, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Ele vinha acorrentando o filho desde a sexta-feira, para poder transportar os clientes, mas a prática foi encerrada depois que ele foi contactado por um funcionário do governo local no início desta semana.

Chen Chualiu afirma que a mulher dele é deficiente mental e não pode cuidar das crianças. Por serem migrantes internos, as crianças também não têm direito a ir a uma creche do governo.

"Eu tenho que sustentar minha família", disse ele à imprensa chinesa. "Não tenho sequer uma foto de minha filha para usar em um anúncio procurando por ela. Não posso perder meu filho também."

Chen ganha cerca de 50 yuans (aproximadamente R$ 13) por dia com seu serviço de moto-táxi, que não tem licença para funcionar.

Desde que a história veio à tona na China, várias pessoas ofereceram dinheiro à família em troca de adotar as crianças, mas ele recusou, disse um comerciante local à imprensa chinesa.

O quarto de 10 m² em que ele mora com a família está cheio de roupas de crianças doadas por vizinhos. "Ele é um homem bom e cuida bem de suas crianças, muitas pessoas iam adorar ajudar a família", disse um vizinho.

O governo distrital contactou Chen quatro vezes em 2009, para tentar convencê-lo a voltar para sua terra natal, Sichuan, mas ele se recusou.

"Pelo menos aqui posso ganhar algum dinheiro. Se for mandado de volta para minha cidade natal em Sichuan, não vou ter nada."

Um funcionário do governo do distrito de Fangshan disse que a falta de creches para os filhos dos trabalhadores migrantes é um problema social para várias famílias em Pequim.

"Este menino chamou a atenção por causa das correntes, mas há muitas crianças filhos de famílias migrantes perambulando pelas ruas de Pequim, que não estão protegidas por nenhuma política do governo", disse ele.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade