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Oriente Médio

Mulheres israelenses reconhecem maus-tratos a palestinos

1 fev 2010 - 12h51
(atualizado às 13h02)
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A ONG israelense Breaking the Silence ("Rompendo o Silêncio", em tradução livre) divulgou hoje 96 testemunhos de mulheres israelenses que reconhecem ter maltratado palestinos durante seu serviço militar nos territórios ocupados.

O objetivo é "mostrar à sociedade israelense que suas mulheres, namoradas, irmãs e filhas participam de violações dos direitos humanos e têm comportamentos violentos contra os palestinos da mesma forma que os homens soldados", explicou Dana Golan, executiva-chefe da ONG, à Agência Efe.

"Gostaríamos de acreditar que as mulheres que servem nos territórios não são tão agressivas, mas os testemunhos mostram que estão igualmente corrompidas", acrescentou.

"Os testemunhos falam de humilhação aos palestinos, de dar ou seguir ordens erradas, roubar sua propriedade, agredi-los fisicamente sem motivo. Há muitos exemplos destas mulheres, que serviram em distintas unidades e mostram à sociedade israelense o que ocorre diariamente nos territórios", diz Golan.

Algumas das jovens que testemunharam se arrependem do que fizeram, enquanto outras asseguram que não poderiam ter agido de outra forma.

Golan ressalta que o relatório é importante porque detecta que a agressividade para com os palestinos é, para as mulheres, uma forma de ser aceitas pelos militares homens.

"As mulheres são minoria no Exército e, portanto, têm maior necessidade de ser aceitas. Quando você tem 18 anos e bate em um palestino em um posto de controle, é um jeito de fazer parte do grupo dos meninos", explica.

Segundo a responsável pela ONG, a voz da mulher militar "não costuma ser ouvida e sua presença no terreno está escondida dos olhos do público porque faz parte de um ambiente controlado por homens".

A ONG Breaking The Silence é formada por ex-soldados israelenses que recolhem experiências vividas por militares e divulga as violações de direitos humanos contra palestinos com o objetivo de mostrar à sociedade israelense o preço moral de manter a ocupação dos territórios palestinos iniciada em 1967.

EFE   
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