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América Latina

Multidão assalta caminhões com comida em Porto Príncipe

28 jan 2010 - 19h11
(atualizado às 21h06)
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Uma multidão de haitianos famintos assaltou nesta quinta-feira quatro caminhões com um carregamento de comida que o governo pensava distribuir no centro da capital, nos jardins do destruído Ministério da Cultura.

Soldados usam gás de pimenta para afastar haitianos:

Milhares de pessoas que vivem no chamado Campo de Marte, uma grande praça pública, desde o tremor do último dia 12 e que não receberam praticamente ajuda desde então, romperam todas as barreiras de segurança e esvaziaram o conteúdo dos quatro caminhões, constatou a Agencia Efe.

As cestas de ajuda tinham arroz, macarrão, azeite, leite em pó e biscoitos. Após serem retirados dos caminhões, os pacotes foram disputados aos tapas entre as pessoas que estavam lá há mais de uma hora sufocadas, esperando sob o sol do meio-dia. A polícia não utilizou a força em nenhum momento para tentar dispersar as milhares de pessoas.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no último dia 12, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 75 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, e pelo menos 18 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Também foi confirmada a morte de uma brasileira com dupla nacionalidade, cuja identidade não foi divulgada.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

EFE   
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