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Congresso aprova envio de mais tropas brasileiras ao Haiti

25 jan 2010 - 17h48
(atualizado às 18h25)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

Em votação simbólica, a Comissão Representativa do Congresso Nacional aprovou nesta segunda-feira o pedido de aumento do contingente militar brasileiro no Haiti. Reunido durante o recesso parlamentar para analisar situações consideradas urgentes, o colegiado atendeu a solicitação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e garantiu o envio de 1,3 mil militares para comporem a issão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), sendo 900 em caráter imediato. Com o aval dos parlamentares, os militares brasileiros em território haitiano poderão passar dos atuais 1,3 mil para até 2,6 mil.

Equipes de resgate chegam ao local onde um prédio desabou para procurar por vítimas
Equipes de resgate chegam ao local onde um prédio desabou para procurar por vítimas
Foto: AP

Na avaliação do Ministério da Defesa, o envio imediato de um grupo de 900 militares permitirá que o Brasil atenda aos pedidos de reforço feitos pelas Nações Unidas. Desse total a embarcar imediatamente para o Haiti, a prioridade é para militares que já tenham participado de missão no Haiti. A ideia é que desses, 750 sejam de infantaria, entre eles 90 fuzileiros navais, e 150 do efetivo da Polícia do Exército.

O único parlamentar que se manifestou contrário ao envio das tropas foi o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Ele afirmou que "o Brasil não está em condições de ajudar, e sim de ser ajudado".

Os parlamentares reunidos durante o recesso também aprovaram um requerimento do deputado Pedro Wilson (PT-GO) com o voto de pesar pelas mortes na tragédia haitiana da pediatra Zilda Arns, do diplomata Luiz Carlos Costa e dos militares da missão da paz.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no último dia 12, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 75 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, e pelo menos 18 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Também foi confirmada a morte de uma brasileira com dupla nacionalidade, cuja identidade não foi divulgada.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Com informações da Agência Câmara.

Fonte: Redação Terra
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