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Oriente Médio

Israel lamenta perda de simpatia entre jovens

23 jan 2010 - 08h06
(atualizado às 08h31)
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O presidente israelense, Shimon Peres, lamentou que seu país tenha perdido simpatia entre os jovens, e cita, especialmente, o caso dos alemães, insistindo na necessidade de ditar sanções econômicas contra o Irã, cujo programa nuclear considera uma ameaça "para todo o mundo".

"É incorreto ver o Irã só como um perigo para Israel. É para todo o mundo", afirma Peres em entrevista hoje ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, diante de sua visita à Alemanha na próxima semana, durante a qual falará no Parlamento por ocasião do Dia do Holocausto, na próxima quarta-feira.

Peres adverte que, enquanto o Irã obtiver armas atômicas, desencadeará em todo o Oriente Médio uma corrida armamentista nuclear por parte da Turquia, Arábia Saudita e Egito, e pede que o mundo ocidental, e especialmente a Alemanha, determine sanções econômicas contra Teerã antes que seja tarde demais.

"O Irã quer dominar o Oriente Médio. Já estão sacudindo o sistema político libanês, trabalham com a Síria e com o Hamas. Seus propósitos alcançam até a América Latina. É uma nova forma de imperialismo disfarçado de religioso", afirma.

O regime iraniano se transformou em um "centro do terror", que propaga o ódio aos Estados Unidos, país ao qual qualifica de "Grande Satã", enquanto se referem a Israel como "o pequeno".

O presidente admite que seu país perdeu simpatia no mundo ocidental, e cita precisamente a Europa, lamentando que essa situação tenha se estendido entre os jovens alemães.

"Recentemente, vi algumas enquetes que me surpreenderam: alguns alemães consideram Israel mais perigoso que o Irã", afirma ao jornal, acrescentando que essa situação não ocorre entre a classe política, que, desde os tempos de Konrad Adenauer, reconheceu e reconhece "a responsabilidade moral da Alemanha" em relação aos israelenses.

Peres considera injusta essa perda de simpatia, não só na Alemanha, mas no resto da Europa, e qualifica de "um escândalo" o relatório Goldstone da ONU, em que atribui crimes de guerra a Israel pela incursão na Faixa de Gaza.

"O ponto de partida era investigar crimes por parte de Israel em Gaza. Durante anos, fomos atacados a partir disso, morreu um total de 2 mil israelenses. Mas nos acusam de matar deliberadamente civis árabes", diz Peres.

"Perguntam-nos, por exemplo, por que na última guerra não morreram crianças israelenses. A resposta: nós defendemos nossas crianças, o Hamas se defende por trás delas", acrescenta.

EFE   
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