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Europa

Rússia pede explicações sobre mísseis perto de sua fronteira

22 jan 2010 - 12h18
(atualizado às 12h33)
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O governo russo espera que Polônia e Estados Unidos deem explicações sobre por que decidiram montar plataformas de lançamento de mísseis Patriot em território polonês perto da fronteira com a Rússia, declarou nesta sexta o ministro de Assuntos Exteriores russo, Serguei Lavrov.

"Surge a pergunta de por que agem desta maneira, criando a impressão de que a Polônia se fortalece contra a Rússia. Esperamos receber explicações e depois analisaremos toda esta situação", afirmou o ministro em entrevista coletiva.

Lavrov admitiu que este é "um assunto bilateral" que Polônia e EUA negociavam há muito tempo, mas questionou por quais motivos decidiram levar estes mísseis para o nordeste polonês, perto da fronteira russa, e não para as proximidades de Varsóvia, como estava previsto inicialmente.

"Ainda não tenho a informação completa, mas caso se confirme (a mudança de local), perguntas surgem", ressaltou.

Após o governo dos EUA abandonar seus planos de implantar na Polônia e na República Tcheca elementos de seu polêmico escudo antimísseis, que a Rússia considerava uma ameaça para sua segurança, Moscou também renunciou ao objetivo de instalar em resposta mísseis Iskander em seu enclave de Kaliningrado, no Mar Báltico.

Lavrov afirmou que a Rússia deseja manter com a Polônia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "relações de confiança, baseadas no respeito mútuo de interesses", mas reclamou de que a entidade não deixa seus planos de ampliação para o leste, que Moscou rejeita.

Em particular, Lavrov se mostrou incomodado com a possibilidade de que a Sérvia peça sua entrada na Otan, além da UE, mas admitiu que a decisão corresponde a seu povo e insistiu em que "a Rússia continua contrária à ampliação da Otan".

O ministro se queixou de que os países aliados ignoram a proposta de Moscou de assinar um novo tratado de segurança europeia para referendar tudo o que foi estipulado entre Otan e Rússia em 1997, quando assinaram sua Ata Fundamental para suas novas relações, e que, na opinião de Moscou, a Otan descumpre.

Segundo Lavrov, a Otan não respeita o princípio do "caráter indivisível da segurança", ou seja, que nenhum país deve fortalecer sua segurança às custas da dos demais.

"Se consideram que este critério só deve ser extensivo aos membros da Otan, então não são sinceros em suas afirmações de que na Europa não há, nem haverá linhas divisórias", manifestou o ministro.

Portanto, a proposta russa de assinar um novo tratado de segurança procura "referendar em um sólido marco jurídico internacional tudo o que foi declarado pelos países ocidentais na década de 1990", explicou Lavrov.

EFE   
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