EUA tentam restabelecer diálogo entre israelenses e palestinos
O enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, chega hoje a Israel para se reunir com os líderes desse país antes de fazer o mesmo amanhã na Cisjordânia com os palestinos, na tentativa de aproximar ambas as partes no processo de paz.
Em Israel, Mitchell deve se encontrar nesta tarde com o presidente do país, Shimon Peres, com o titular de Assuntos Exteriores, Avigdor Lieberman, e pela noite com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que o receberá em seus escritórios de Jerusalém.
Conforme sua agenda de trabalho, Mitchell também se encontrará com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, e com a chefe da oposição e líder do partido Kadima, Tzipi Livni.
Na reunião com Netanyahu, o primeiro-ministro israelense deve reiterar sua posição sobre o processo de paz com os palestinos, expressada ontem à noite em um encontro com a imprensa estrangeira.
Netanyahu manifestou que o Executivo israelense tem intenções de avançar no processo de paz e lamentou que a liderança palestina "fuja" das propostas de Israel e dos EUA, e que "fixe condições prévias" antes de se sentar à mesa de negociação.
"Queremos seguir adiante e, para isso, necessitamos urgentemente negociar a paz. (Aos palestinos) é preciso dizer alto e claro: entrem na sala e comecem a negociar a paz. Deixemos de falar sobre as negociações, deixemos de falar sem pensar, deixemos de estabelecer condições. Avancemos na negociação", declarou ontem à noite o chefe do Governo israelense.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP), liderada por Mahmoud Abbas, condiciona a retomada ao processo de diálogo - interrompido faz mais de um ano - à suspensão completa da construção de colônias judias em Jerusalém Oriental, onde os palestinos desejam estabelecer a capital de seu Estado.
Em Ramala, espera-se que o enviado consiga avançar nas negociações de paz com Israel, declarou à Agência Efe nesta semana o chefe negociador palestino, Saeb Erekat.
"Nós palestinos vamos cooperar totalmente com Mitchell para que tenha êxito em reiniciar as negociações", afirmou Erekat, que ressaltou que o processo de paz "é a única forma de conseguir um Estado palestino. Recorrer à violência é fácil, mas não queremos que isso volte".