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Mundo

Clinton e mais 7,5 mil militares dos EUA chegam hoje ao Haiti

18 jan 2010 - 05h24
(atualizado às 07h55)
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O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, viaja nesta segunda-feira para o Haiti para impulsionar a entrega de ajuda humanitária e se reunir com o presidente haitiano, René Préval, enquanto os EUA preparam a chegada ainda hoje de 7,5 mil militares, que se somarão aos 5,8 mil já destacados no país.

Com um terço nas mãos, mulher reza durante uma missa
Com um terço nas mãos, mulher reza durante uma missa
Foto: EFE

A visita de Clinton, enviado especial da ONU para o Haiti, acontece dois dias depois que sua mulher, a secretária de Estado Hillary Clinton, também visitou o país, devastado por um terremoto, para transferir ao povo haitiano a solidariedade e o compromisso de Washington.

O casal expressou em várias ocasiões sua proximidade com o povo do Haiti, onde passaram sua lua-de-mel há 35 anos e onde estiveram em várias outras ocasiões.

Bill Clinton já visitou em março passado o Haiti junto ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, liderando uma delegação que então buscava impulsionar a assistência ao país mais pobre da América para se recuperar da passagem dos devastadores furacões de 2008.

Em sua visita de hoje, Bill Clinton deve se reunir com o presidente haitiano e outros representantes do governo, assim como com pessoas que trabalham nos trabalhos de resgate distribuição de ajuda humanitária.

No sábado passado, o presidente americano Barack Obama anunciou a constituição do fundo Bush-Clinton para o Haiti, destinado a obter recursos para o país caribenho e comandado pelos ex-presidentes Bill Clinton e George W. Bush.

Ajuda americana

Há cerca de 30 helicópteros americanos socorrendo os desabrigados, enquanto no litoral está ancorada a embarcação Carl Vinson com 51 leitos hospitalares, três salas de operações cirúrgicas, e capacidade de produzir centenas de milhares de litros de água potável por dia.

Segundo o Departamento de Estado americano, na próxima quarta-feira está prevista a chegada da embarcação Comfort, com 600 médicos a bordo.

O aeroporto de Porto Príncipe opera em plena capacidade durante as 24 horas do dia, o que permitiu receber ontem cerca de 100 voos com provisões e ajuda humanitária, 40 a mais que no sábado. Até o momento, desembarcaram na capital haitiana aproximadamente 600 toneladas de suprimentos.

Os EUA estão distribuindo em Porto Príncipe cerca de 130 mil porções de alimentos ao dia, que poderiam passar a ser 600 mil ao longo da semana, assim como 70 mil garrafas de água.

Além disso, pôs em funcionamento três purificadoras com capacidade para fornecer 180 mil litros ao dia, e é esperada a chegada de seis máquinas adicionais que poderão fornecer um milhão de litros ao dia.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e pelo menos 14 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Quatro militares estão desaparecidos.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

EFE   
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