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América Latina

Obama anuncia fundo Bush-Clinton de ajuda ao Haiti

16 jan 2010 - 14h21
(atualizado às 15h36)
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O presidente americano, Barack Obama, anunciou neste sábado a criação do fundo Bush-Clinton para coordenar o envio de ajuda de pessoas físicas e empresas ao Haiti e garantir que isso aconteça rapidamente e com segurança.

Obama faz pronunciamento ao lado dos ex-presidentes George W. Bush (dir.) e Bill Clinton
Obama faz pronunciamento ao lado dos ex-presidentes George W. Bush (dir.) e Bill Clinton
Foto: AP

Obama fez o anúncio depois de se reunir hoje na Casa Branca com os ex-presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush, com os quais analisou os esforços desenvolvidos no Haiti para atenuar a grande crise humanitária gerada pelo terremoto de terça-feira.

Segundo Obama, os ex-presidentes terão a tarefa de incentivar as contribuições de pessoas físicas, corporações, ONGs e outras instituições que desejem colaborar com o Haiti.

O presidente americano explicou que este esforço é similar ao que George W. Bush fez com George Bush e o próprio Clinton após o tsunami que atingiu a Ásia em 2004.

Obama, George W. Bush e Clinton destacaram a enorme proporção da crise provocada no Haiti pelo terremoto e se comprometeram a continuar seu trabalho em favor do povo haitiano no longo prazo.

O presidente dos EUA reconheceu que o esforço necessário será "extraordinário", mas afirmou que a gravidade da situação no país caribenho assim o exige.

Em sua opinião, este fundo contribuirá para demonstrar ao mundo "o espírito do povo dos EUA" e reiterou que o país faz no Haiti um dos maiores esforços humanitários de sua história.

O ex-presidente George W. Bush disse que o melhor jeito de os EUA colaborarem com o Haiti é "enviando dinheiro".

Bush reconheceu que há gente que quer mandar cobertores e alimentos, mas insistiu em que "enviem dinheiro, porque as organizações no terreno saberão usá-lo sabiamente".

Segundo o antecessor de Obama, os "desafios são imensos", mas há "muita gente dedicada" a ajudar nos trabalhos de resgate e expressou sua confiança em que o povo do Haiti "se recuperará e conseguirá se reconstruir".

Bill Clinton destacou "a extraordinária resposta do governo dos EUA" a esta crise e lembrou que, embora por enquanto o envio de água, alimentos, remédios e o estabelecimento de albergues seja mais urgente, o compromisso americano com a recuperação será a "longo prazo".

Clinton é há quase dois anos o enviado especial das Nações Unidas para o Haiti e disse se sentir "especialmente afetado" pela situação. Assim como Bush, Clinton afirmou que, apesar dos desafios, o Haiti "seguirá adiante".

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

EFE   
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