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América Latina

Haitiana é resgatada com vida após passar 80 horas soterrada

16 jan 2010 - 09h14
(atualizado às 09h51)
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Após 80 horas soterrada por escombros de uma edifício, uma haitiana foi resgatada com vida e em bom estado de saúde por membros da Defesa Civil do Peru e da Nicarágua.

Lidovia Pierressaint foi resgatada após passar 80 horas sob os escombros, em Porto Príncipe
Lidovia Pierressaint foi resgatada após passar 80 horas sob os escombros, em Porto Príncipe
Foto: EFE

Por puro acaso, os socorristas, que estavam presos no trânsito, foram atraídos a um beco sem saída por um homem que pediu a eles que revirassem sua casa, onde não restava ninguém vivo. No local, uma mulher disse que de um edifício próximo saíam vozes de pelo menos duas pessoas.

Primeiro, a brigada regatou uma senhora de 58 anos. Esta, que foi tirada do meio dos escombros de um prédio de cinco andares, deu o alerta: mais quatro mulheres estariam sob a massa de tijolos, concreto e ferro retorcido.

Foi aí que começou uma busca desesperada. Lidovia Pierresainte, 33 anos, cozinheira de uma casa onde viviam três adolescentes, foi encontrada vida. Já as jovens para quem trabalhava não foram achadas, embora acredita-se que estejam mortas, a julgar pelo silêncio e o forte cheiro que emanava dos cômodos que ocupavam.

Lidovia, com o rosto branco de poeira e pó de gesso, foi encontrada presa da cintura para baixo por uma porta de aço, que amorteceu a queda do teto sobre o seu corpo. Aparentemente bem, ela movimentava as mãos e se expressava com clareza enquanto era resgatada.

No socorro à mulher, também trabalharam bombeiros colombianos e guardas espanhóis. Primeiro, o grupo de socorristas tentou levantar a porta de aço com macacos hidráulicos. Depois, decidiram cortar a estrutura. Nessa hora, Lidovia teve de suportar uma chuva de faíscas e os escombros tremendo.

Nove horas e meia depois, a haitiana foi tirada de baixo da porta e, com o máximo cuidado, colocada em uma maca. Jornalistas e socorristas aplaudiram o resgate. Eram 2h de sábado e as pessoas trabalhavam desde as 10h de sexta-feira.

Lidovia saiu consciente do buraco em que estava. Confusa, disse que sentia bem e não tinha nenhum osso quebrado. Após mais de três dias enterrada, ela não sabia o destino de seus quatro filhos, nem que toda a cidade de Porto Príncipe havia sido destruída.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

EFE   
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