PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Cônsul do Haiti se retrata e diz que não fala bem português

15 jan 2010 - 18h45
(atualizado às 23h35)
Compartilhar

O cônsul do Haiti, George Samuel Antoine, afirmou nesta sexta-feira que foi mal interpretado em suas declarações feitas sobre o terremoto do Haiti e disse que não fala bem português, segundo informações divulgadas pelo consulado do país em São Paulo. Sem saber que era gravado por uma equipe de reportagem do SBT, Antoine disse que a "desgraça de lá (Haiti) está sendo uma boa para a gente aqui, fica conhecido".

Cônsul do Haiti diz que africano "tem maldição":

Durante o vídeo divulgado pela emissora, o cônsul, que tem cerca de 100 parentes no Haiti, criticou a religião africana. "Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f...", afirmou.

O Consulado afirmou que as declarações do vídeo estavam fora de contexto. Segundo nota divulgada pelo órgão, a primeira fala não se refere à intenção de promoção pessoas, mas para que as dificuldades do Haiti sejam difundidas.

Leia a nota do consulado

Diante do trágico acontecimento que atingiu o Haiti e que abalou o mundo, o sr. cônsul George Samuel Antoine, no calor dos fatos e, principalmente por possuir centenas de parentes naquele país, sobre os quais tem poucas informações, sabendo que estão desaparecidos, provavelmente mortos, em comentário, teve seus dizeres interpretados de maneira deturpada.

Lamentamos profundamente o fato ocorrido, apresentado pelo SBT em 14 de janeiro, sendo que a divulgação de pequena parte da conversa levou a uma interpretação equivocada que ora se esclarece. Vez que a frase expressada pelo senhor cônsul do Haiti em São Paulo, fazia parte do contexto de uma conversa que mantinha com um cidadão, que aparece na entrevista, o qual não é repórter e sim presidente do conselho do instituto americano de pesquisa, medicina e saúde pública, trata-se do senhor doutor Roberto Marton, e estava, naquele momento, disponibilizando uma ajuda humanitária, organizando recrutamento de voluntários profissionais da saúde. O doutor Roberto esteve naquele país meses atrás, com o próprio consul, assinando um protocolo de cooperação técnica na área de saúde da mulher.

A dificuldade do senhor cônsul na utilização da língua portuguesa, levou-o a um erro de expressão. Na verdade, a intenção foi enfatizar que o trágico acontecimento no Haiti fez com que o mundo todo voltasse os olhos para os problemas do seu povo. Inclusive aqui no Brasil, possibilitando assim, maior ajuda humanitária para a reconstrução do país.

Nunca teve a intenção de promoção pessoal, e sim a intenção de difundir as dificuldades enfrentadas pela sua gente, que grande parte da população vive abaixo da linha da pobreza, sempre em busca de maior ajuda mundial.

O senhor cônsul nasceu em Porto Príncipe, possui familiares de origem africana, seu bisavô Philippe Guerrier, da raça negra, foi presidente do Haiti (1844/45); sendo que o sr. Antoine veio para o brasil, e em 1975 foi nomeado cônsul.

Esclarece, que em nenhuma oportunidade tomou atitude racista, tendo se expressado, tão somente, que os povos de origem africana são sofredores em várias regiões do mundo. O cônsul jamais criticou a religião africana, mantendo grande respeito por todos os tipos de crenças pela própria característica do seu país.

O cônsul geral do Haiti em São Paulo pede desculpas a quem de alguma maneira tenha se sentido ofendido.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade