PUBLICIDADE

América Latina

Haiti: situação é "caótica", diz Médicos sem Fronteiras

13 jan 2010 - 17h51
(atualizado às 19h15)
Compartilhar

A situação em Porto Príncipe é "caótica", segundo a organização não governamental Médicos sem Fronteiras (MSF), que se atende centenas de pessoas feridas durante o terremoto que devastou o Haiti na terça-feira. "A situação é caótica", disse um dos membros da MSF que está no país, Stefano Zannini, citado em comunicado publicado nesta quarta-feira.

 Moradores procuram por vítimas soterradas pelos escombros
Moradores procuram por vítimas soterradas pelos escombros
Foto: Reuters

"Fui a cinco centros médicos, entre eles um grande hospital, e a maioria não funcionava. Muitos foram destruídos e vi um número impressionante de corpos de pessoas mortas", afirmou.

Diante da situação, a MSF organizou ambulatórios móveis e barracas de campanha. No bairro de Martissant, onde funcionava um centro de saúde abalado pelo terremoto e que corre o risco de desabar, foram atendidas entre 300 e 350 pessoas, maioria com ferimentos e fraturas. Outras 300 a 400 pessoas foram medicadas no centro de reabilitação de Pachot. Uma clínica móvel instalada no bairro de Petionville recebeu 200 feridos e outros foram atendidos na maternidade Solidariété, que também sofreu danos.

A ONG, que possui 800 empregados no Haiti, anunciou que alguns de seus membros estão entre os feridos e que está preparando o envio de reforços para ajudar as vítimas do terremoto.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade