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Comandante confirma morte de 11 militares e de Zilda Arns

13 jan 2010 - 10h42
(atualizado às 16h27)
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O comandante do Exército, Enzo Peri, disse nesta quarta-feira que já estão confirmadas 11 mortes, oito desaparecidos e nove feridos. Ele destacou, porém, que esses números mudam a todo momento. Peri faz parte da missão que embarca hoje para o Haiti.

Zilda Arns morre em terremoto no Haiti:

Ainda segundo o Exército, há sete feridos em atendimento no Hospital Argentino da missão de paz da ONU no país. Dois outros militares foram levados para a República Dominicana. Estão desaparecidos sete militares: quatro que estavam no quartel da missão, no hotel Cristopher, e três que estavam numa instalação militar denominada "Ponto Forte 22".

As famílias dos militares já estão sendo avisadas pelas Forças Armadas e o reconhecimento dos corpos está sendo feito pelo Exército. Os corpos serão removidos para o Brasil, porque seria mais complicado levar osparentes das vítimas ao Haiti, onde não há estrutura no momento.

Peri informou ainda que a base brasileira em Porto Príncipe não foi atingida e as vítimas estavam em outros locais no momento doterremoto.

O militar informou que Zilda Arns, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi soterrada. O sobrinho da médica, senador Flávio Arns (PSDB-PR), viaja para o Haiti junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário executivo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Rogério Sottili.

A mulher do embaixador brasileiro em Porto Príncipe, Igor Kipman, Roseana Kipman, foi a pessoa que encontrou o corpo de Zilda e de um dos militares que a acompanhava.

Médica pediatra e sanitarista, Zilda nasceu no dia 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (SC). Viúva, era mãe de cinco filhos - Rubens, Nelson, Heloísa, Rogério e Silvia. Ela começou a vida profissional como médica pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba (PR).

A história da Pastoral da Criança começou em 1982, numa reunião sobre a paz mundial, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. O então diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para Infância e Adolescência (Unicef), James Grant, disse ao irmão de Zilda, d. Paulo Evaristo Arns, na época cardeal de São Paulo, de que a Igreja poderia ajudar a salvar a vida de muitas crianças, que morriam de doenças de fácil prevenção, como a desidratação causada pela diarréia.

No retorno ao Brasil, o irmão a perguntou se ela aceitaria desenvolver um projeto deste nível e ela aceitou. Na época, a CNBB indicou d. Geraldo Majella Agnelo, que na época era arcebispo de Londrina (PR), para acompanhar o trabalho, e eles decidiram testar o modelo em sua diocese.

Veja o nome dos mortos e feridos divulgados pelo Exército:

5º batalhão de Infantaria Leve, com sede em Lorena (SP):

- Antônio José Anacleto (soldado)

- Bruno Ribeiro Mário (1º tenente)

- Davi Ramos de Lima (2º sargento)

- Douglas Pedrotti Neckel (cabo)

- Leonardo de Castro Carvalho (2º sargento)

- Tiago Anaya Detimermani (soldado)

- Washington Luis de Souza Seraphin (cabo)

2º batalhão de Infantaria Leve, com sede em Santos (SP):

- Arí Dirceu Fernandes Júnior (cabo)

- Kleber da Silva Santos (soldado)

37º batalhão de Infantaria Leve, com sede em Lins (SP):

- Raniel Batista de Camargos (subtenente)

Gabinete do Comandante do Exército, com sede em Brasília (DF):

- Emilio Carlos Torres dos Santos (coronel)

Os feridos que tiveram os nomes divulgados são: o tenente-coronel Alexandre José Santos, da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, de Boa Vista (RR), com escoriações, o capitão Renan Rodrigues de Oliveira, do 6º Batalhão de Infantaria Leve, de Caçapava (SP), com fratura de úmero e fêmur, o 3º sargento Danilo do Nascimento de Oliveira, do 28º Batalhão de Infantaria Leve, de Campinas (SP), com escoriações, o cabo Eugênio Pesaresi Neto, do 28º Batalhão de Infantaria Leve, de Campinas (SP), com escoriações, e o soldado Welinton soares Magalhães, do 5º Batalhão de Infantaria Leve, com fratura no nariz e em uma clavícula.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 14 t de alimentos para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas. A prioridade será o envio de água e de alimentos.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Redação Terra
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