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América Latina

EUA veem aliança de rebeldes colombianos com Al-Qaeda

4 jan 2010 - 12h48
(atualizado às 13h01)
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Guerrilheiros colombianos formaram uma "aliança diabólica" com extremistas islâmicos que estão ajudando rebeldes marxistas a contrabandear cocaína pela África para chegar até consumidores na Europa, disse à Reuters um funcionário dos EUA.

Os esforços de combate ao narcotráfico dificultaram o envio de cocaína diretamente da Colômbia e outros países produtores andinos para os EUA e a Europa.

Por isso, organizações criminosas, incluindo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), estariam passando pela África para acessar o mercado europeu. E, segundo a DEA, agência de combate às drogas dos EUA, o estariam fazendo com a ajuda da Al-Qaeda e outros grupos vistos por Washington como terroristas.

"Entre meados e final dos anos 1990, quando os europeus dificultaram a chegada das drogas por via marítima, por exemplo nas costas de Portugal e Espanha, os traficantes começaram a deslocar suas rotas para o sul. Então a progressão seguinte foi para a África ocidental", disse Jay Bergman, diretor da DEA para a região andina.

É a primeira vez que as autoridades norte-americanas constataram um vínculo que sugere que a Al-Qaeda esteja se financiando em parte garantindo segurança a narcotraficantes na África ocidental.

"Como sugere a prisão recente de três suspeitos agentes da Al-Qaeda, a expansão do tráfico de cocaína pela África ocidental criou uma aliança diabólica entre narcoterroristas sul-americanos e extremistas islâmicos", disse Bergman em entrevista no fim de semana.

Enquanto isso, para chegar ao mercado dos EUA, os traficantes colombianos estão usando submarinos descartáveis de fibra de vidro. As embarcações caseiras são construídas nos manguezais da costa Pacífica colombiana, usadas para levar drogas até o México para serem enviadas aos EUA e então afundadas.

Conexão venezuelana

De acordo com Bergman, todos os grandes grupos de tráfico colombianos, incluindo as Farc, estão usando a África para chegar aos consumidores de cocaína europeus, enquanto cartéis mexicanos importam substâncias químicas usadas para fabricar metanfetamina usando a mesma rota.

Quando os envios marítimos de drogas foram dificultados, os traficantes começaram a usar aviões para levar a cocaína até a África. A maioria dos voos parece decolar da Venezuela, que faz fronteira com a Colômbia.

O presidente venezuelano, Hugo Chavez, diz que EUA e Colômbia estão usando as operações antidrogas como fachada para uma invasão planejada a seu país rico em petróleol. Washington e Bogotá rejeitam a acusação.

Enquanto isso, o tráfico de drogas na África ocidental ameaça desestabilizar ainda mais países como Guiné Bissau, onde traficantes foram considerados como tendo envolvimento no assassinato de um presidente.

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