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América Latina

Haiti: 225 mil crianças trabalham como escravos, diz estudo

24 dez 2009 - 09h08
(atualizado às 09h13)
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Mais de 225 mil crianças haitianas vivem e trabalham como escravos domésticos, de acordo com o primeiro estudo a examinar de perto essa questão. Segundo a rede CNN, a existência desse tipo de situação não é novidade, mas o trabalho revelou que se trata de uma realidade muito maior do que até então se sabia. O trabalho foi realizado pela Pan American Development Foundation.

Conhecidas como restaveks, essas crianças extremamente pobres são enviadas por suas famílias para outras casas. "Em princípio, a atribuição materna e paterna de uma criança restavek envolve um repasse das responsabilidades para outra residência em troca de serviços domésticos fornecidos pelo menor", diz o estudo. A maioria dos menores - dois terços - são meninas, que, por sua vez, são vulneráveis a estupros.

O movimento natural das crianças é de casas pobres para casas menos pobres, às vezes dentro da própria família. Às vezes os pais enviam suas crianças porque há oportunidades de escolaridade nas novas casas. Para chegar a essas conclusões, a fundação visitou 1.458 casas em algumas das regiões mais problemáticas do Haiti, a nação mais pobre do hemisfério ocidental, segundo informou a CNN.

Como resultado, o estudo determinou que 22% das crianças estavam vivendo longe de casa, e que 30% das residências tinham crianças restavek. De acordo com a ONU, o desemprego no país chega a 70%, e 78% dos haitianos vivem com menos de US$ 2 por dia. Em função dessa condição econômica, o tráfico de crianças e o crime organizado vêm sendo dois dos grandes problemas do Haiti.

Fonte: Redação Terra
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