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América Latina

Socialistas defendem justiça social na República Dominicana

23 nov 2009 - 18h26
(atualizado às 18h35)
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Líderes socialistas, social-democratas e trabalhistas dos cinco continentes defenderam nesta segunda-feira na República Dominicana a justiça social frente às políticas conservadoras como alternativa política para um futuro sustentável.

Na abertura de uma reunião de dois dias em Santo Domingo, o presidente da Internacional Socialista (IS) e primeiro-ministro grego, Giorgios Papandreu, fez um chamado aos membros dessa organização para que façam sua voz ser ouvida no contexto internacional e participem da busca de soluções à atual crise global.

"Os conservadores dizem que o povo deve estar a serviço do mercado, mas nós acreditamos no contrário: é o mercado que deve servir ao povo", disse.

A IS "põe o ser humano no centro" da realidade. "O povo primeiro, esse é nosso lema", sentenciou.

Papandreu fez o principal discurso da primeira sessão do Conselho da IS, que tratará da crise econômica, do desarmamento, do meio ambiente e da democracia.

Em seu discurso, o primeiro-ministro grego lembrou as previsões que apontam para mais de 200 milhões de trabalhadores afetados pela pobreza extrema por causa da crise econômica e considerou a criação de empregos como "uma alta prioridade".

O primeiro-ministro grego urgiu aos líderes reunidos em Santo Domingo e aos governantes a eliminar do planeta as armas nucleares e defendeu a paz para evitar os conflitos que, em última instância, segundo ele, não são mais que "um pretexto para a desigualdade social".

Em matéria de avanço democrático, Papandreu considerou que a democracia deve ser "uma resposta ao povo, não aos ricos" e sustentou que as organizações da IS devem dar prioridade a jovens, mulheres e minorias.

O chefe do Governo grego alertou também para a necessidade de chegar a acordos decisivos na Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, mês que vem em Copenhague, para evitar que os países mais vulneráveis paguem pelas consequências de uma deterioração da qual não são causadores.

A necessidade de fazer com que os países desenvolvidos cooperem para frear os efeitos da mudança climática, a possibilidade de impor impostos às emissões de gases poluentes e financiar com eles investimentos destinados a favorecer um desenvolvimento sustentável foram algumas das ideias que defendeu.

Os participantes analisaram um documento da IS sobre a mudança climática e concordaram quanto à necessidade de envolver os Estados Unidos e a China em compromissos globais, reduzir as emissões de dióxido de carbono e impulsionar as energias limpas e o reflorestamento.

A necessidade de ações encaminhadas a combater ao mesmo tempo a pobreza e a mudança climática, o impulso da economia verde, da inovação e da transferência tecnológica foram algumas das propostas defendidas.

O ex-primeiro-ministro austríaco Alfred Gusenbauer alertou para o perigo de uma segunda crise financeira e se mostrou favorável a medidas para "reequilibrar os desequilíbrios que afetam o desenvolvimento mundial", apesar de admitir que "uma crise pode ser uma oportunidade para mudar nosso mundo".

A ex-chefe de Governo jamaicana Portia Simpson Miller defendeu uma economia que leve em conta os mais pobres, de acordo com os postulados clássicos do socialismo, e a necessidade de trabalhar pela paz para erradicar a pobreza.

EFE   
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