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Estados Unidos

Republicanos superam democratas em eleições locais nos EUA

4 nov 2009 - 05h57
(atualizado às 08h21)
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Os republicanos aplicaram um duro golpe ao Partido Democrata do presidente Barack Obama ao ganhar as eleições de terça-feira nos Estados da Virgínia e Nova Jersey.

Em Nova Jersey, o republicano Chris Christie venceu em uma disputada apuração o titular democrata, John Corzine, com 50% dos votos contra 44% de seu rival.

Na Virgínia, a vitória republicana foi muito mais clara e ali o conservador Bob McDonell confirmou o favoritismo das pesquisas e derrotou ao democrata Craig Deeds por uma diferença superior a dez pontos percentuais.

A vitória republicana nesse estado fez-se ainda mais clara ao confirmar-se que seus candidatos também tinham ganhado o vice-governo, assim como o cargo de procurador-geral.

Em Nova York, o independente Michael Bloomberg conseguiu um terceiro mandato como prefeito da cidade.

Bloomberg, que gastou US$ 100 milhões do próprio bolso em sua campanha, foi declarado vencedor da disputa com 48,9% dos votos contra 47,6% de seu rival democrata, William Thompson.

Como tinham previsto as pesquisas, os republicanos conseguiram recuperar o Governo da Virgínia e colocar o conservador McDonell à frente do estado após oito anos de domínio democrata.

Virgínia, que há um ano votou majoritariamente pelo presidente democrata, deu as costas a Deeds que, apesar de haver contado com o respaldo de Obama e do Comitê Nacional Democrata, não conseguiu conexão com o eleitorado por seu estigma de político de esquerda em um estado tradicionalmente conservador.

Durante a campanha, seu rival republicano, considerado muito conservador, evitou explorar a fundo temas sociais como o aborto e se concentrou na situação econômica do estado. Uma estratégia que lhe rendeu bons resultados.

Além da Virgínia e Nova Jersey hoje se elegeram também legisladores em Nova York e Califórnia para cobrir duas cadeiras no Congresso, assim como prefeitos em Atlanta, Houston, Boston, Detroit e Pittsburgh.

Além disso, Maine realizou um plebiscito sobre a lei a favor do casamento entre homossexuais aprovada em maio e Ohio celebrou uma consulta para ver se permitia cassinos no Estado.

De todas essas disputas, a mais importante foi a do distrito eleitoral 23 de Nova York, um recôndito e rural enclave ao norte do estado que cobrou um inesperado protagonismo.

O distrito se transformou em símbolo da luta interna no Partido Republicano entre o asa mais direitista e os membros mais centristas.

A primeira batalha foi vencida pelo núcleo duro, que forçou a retirada da republicana moderada Dede Scozzafava, que jogou a toalha no sábado perante o empurrão do independente Doug Hoffman, respaldado pelos conservadores do partido.

Ali a luta pelos votos parecia haver-se intensificado sem um ganhador claro, embora a apuração dos votos emitidos em 21% das circunscrições eleitorais favorecia ao democrata Bill Owens.

Segundo as projeções, Owens contava com 52% dos votos contra 43% emitidos em favor de Hoffman e só 5% para Scozzafava.

A possibilidade de uma dupla vitória republicana na Virgínia e Nova Jersey tinha sido antecipada pelos analistas que indicaram que teria um importante e negativo valor simbólico para a Presidência de Obama.

"Se os republicanos ganham em ambos estados tratarão de criar dúvidas sobre a força política de Obama", disse Thomas Schwartz, da Universidade Vanderbilt no Tennessee, antes do pleito.

Cerca de 70% dos consultados na Virgínia em uma enquete divulgada na semana passada pelo diário The Washington Post afirmou que seu voto não seria uma avaliação sobre a gestão de Obama.

Mas mesmo assim, Schwartz disse que o fato de que o presidente se tenha deslocado a esse estado em várias ocasiões para apoiar a Deeds permitirá à oposição apresentar uma potencial derrota como um fracasso pessoal de Obama.

John Portman, da Universidade da Virgínia, enfatizou o cartaz de ultra conservador que se lhe deu ao ganhador da eleição nesse estado.

"Virgínia não só vai girar à direita, mas muito à direita", disse Portman, que explicou que os resultados em um estado que votou democrata há um ano poderiam repetir-se em outros estados nas legislativas do próximo ano.

Mas assessores de Obama indicaram que não se deveria dar muita importância aos resultados.

"Estas são eleições locais. Há muito caminho que percorrer entre agora e novembro próximo", disse David Plouffe, diretor da campanha eleitoral de Obama em declarações à rede de televisão NBC.

EFE   
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