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Estados Unidos

Salão Oval completa 100 anos de decisões e escândalos

31 out 2009 - 10h07
(atualizado às 12h33)
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O Salão Oval da Casa Branca, que se pudesse falar revelaria os bastidores de grandes decisões políticas e também segredos de alcova, completa 100 anos neste sábado. Segundo dados do Escritório do Historiador, um departamento do Executivo americano, foi em 31 de outubro de 1909 que foi mobiliada a sala que veio a se tornar o escritório do presidente dos Estados Unidos.

Kennedy brinca com seus filhos em 10 de outubro de 1962, no Salão Oval, na Casa Branca
Kennedy brinca com seus filhos em 10 de outubro de 1962, no Salão Oval, na Casa Branca
Foto: AFP

A construção do pavilhão de escritórios da Casa Branca, que mais tarde passou a ser conhecido como a Ala Oeste da residência presidencial, começou em 1902, durante o mandato de Theodore Roosevelt.

Até então, o escritório do chefe de Estado americano ficava naquele que hoje é o Dormitório Lincoln. Foi William Howard Taft, que governou os EUA de 1909 a 1913, que ordenou a ampliação da Ala Oeste e a transformação da sala do chefe de gabinete, que era um meio círculo, em um escritório presidencial totalmente oval.

De acordo com o Escritório do Historiador, a decoração inicial, predominantemente verde oliva, incluía um piso feito com madeira importada das Filipinas, cortinas de seda e veludo e poltronas acarpetadas com pele de rena.

Em 1929, um incêndio durante o mandato de Edgard Hoover obrigou o governo a reconstruir totalmente a Ala Oeste. Franklin D. Roosevelt, o presidente seguinte, optou por uma reforma que desse espaço para mais funcionários.

As mudanças de Roosevelt incluíram a transferência do Salão Oval para seu lugar atual, na quina sudeste, onde anteriormente ficava a lavanderia. Com a inclusão de grandes vidraças, além de vistas para o lado sul e o lado leste, o presidente também passou a trabalhar com mais luz natural.

A reforma, concluída em 1934, também deixou o escritório ligeiramente maior, com 60 cm a mais de comprimento e outros 60 cm a mais de largura. Também foi depois do fim das obras que a sala ganhou o brasão presidencial.

Desde então, a estrutura do Salão Oval não sofreu nenhuma nova alteração. Só a decoração é que mudou, já que praticamente todos os presidentes, com exceção de Eisenhower, Jimmy Carter e Barack Obama - pelo menos, por enquanto -, trocaram as cortinas e os tapetes.

Fã de golfe, Eisenhower chegou a destruir o piso original do escritório. Por causa disso, o revestimento foi trocado por linóleo. Depois, quando Ronald Reagan se cansou desse material, foi colocado um parquê igual ao instalado inicialmente.

Fotos como a aquela em que o pequeno John Kennedy Jr. saía de entre as pernas de seu pai debaixo da escrivaninha Resolute - feita com a madeira de uma fragata britânica e dada de presente pela rainha Vitória da Inglaterra - ficaram eternizadas.

Com a chegada da televisão, as imagens do escritório ficaram associadas a alguns dos momentos mais solenes da história recente dos Estados Unidos.

Do Salão Oval, o presidente Kennedy informou a nação da crise envolvendo os mísseis cubanos, Richard Nixon anunciou sua renúncia após o escândalo Watergate e Reagan falou da desintegração da nave Challenger.

Também entre as paredes curvas do escritório, George Bush pai declarou guerra ao Iraque em janeiro de 1990. Em março de 2003, George W. Bush fez o mesmo, um ano e meio depois de falar ao país na noite dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Mas além de ter testemunhado alguns dos momentos mais importantes da história dos EUA, o Salão Oval também foi palco de alguns de seus momentos mais escabrosos.

Mais que às guerras ao Iraque ou à renúncia de Nixon, o escritório, para muitas pessoas ao redor do mundo, está associado à estagiária Monica Lewinsky e sua "relação imprópria" com Bill Clinton.

Os detalhes dos encontros entre a estagiária e o então presidente foram publicados no relatório do promotor Kenneth Starr, que descrevia o que acontecia no Salão Oval durante as visitas da estagiária.

EFE   
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