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Mundo

Nobel Alternativo premia desarmamento, reflorestamento e saúde

13 out 2009 - 16h22
(atualizado às 16h32)
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A fundação Right Livelihood Award reconheceu nesta terça-feira em Estocolmo, com o prêmio Nobel Alternativo 2009, o trabalho de saúde na África, o compromisso contra a mudança climática, a luta pelo desarmamento nuclear e o reflorestamento.

Na 30ª edição, foram premiados o congolês René Ngongo, o neozelandês Alyn Ware, a australiana Catherine Hamlin e o canadense David Suzuki, que recebeu menção honrosa.

Os três primeiros levarão 50 mil euros em premiação, que destaca o trabalho social de pessoas e instituições e é considerada a ante-sala do Nobel da Paz. Ganhadores do Nobel Alternativo conquistaram depois o segundo, como Wangari Maathai (1984 2004, respectivamente).

René Ngongo, 48 anos, foi reconhecido pela coragem no combate aos que estavam destruindo a floresta do Congo, e pela luta pela conservação e uso sustentável.

Ao acabar a faculdade de Biologia em 1987, Ngongo percebeu que a selva congolesa estava ameaçada pela falta de alimento e combustível e pela poda e a mineração comercial.

Em 1994 fundou OCEAN, uma organização para dar assessoria política e realizar campanhas populares para impulsionar o reflorestamento, a exploração responsável dos recursos naturais, programas de divulgação de rádio e televisão.

Ngongo concentrou os esforços para incentivar o uso sustentável da terra - com iniciativas de treinamento de agricultores -, denunciar a mineração e a poda destrutiva da floresta, trabalho reconhecido por entidades internacionais como a ONU.

O professor Alyn Ware, 47 anos, foi reconhecido pela defesa efetiva e criativa e o impulso às iniciativas durante mais de duas décadas pela promoção da educação pacífica e a eliminação das armas nucleares.

Ware coordenou numerosas iniciativas educacionais baseadas nos valores da paz e pela abolição nuclear, na Nova Zelândia e em nível internacional.

Ele começou sua carreira com o projeto caravana móvel da paz.

Durante cinco anos ensinou e coordenou um programa de educação pacífica em escolas no país.

Desde então, envolveu-se em projetos ligados a essas ideias: atuou na campanha para transformar Nova Zelândia em um estado livre de armas nucleares e foi membro da direção internacional e coordenador das Nações Unidas do World Court Project (1992-96) contra a proliferação nuclear.

Membro do grupo consultivo da ONU sobre educação para o desarmamento e de várias organizações antinucleares, foi coordenador assistente das Brigadas Internacionais de Paz no Timor-Leste.

Catherine Hamlin ganhou o prêmio pelo fato de ter dedicado 50 anos ao tratamento das pacientes de fístula vaginal, restaurando assim a saúde, a esperança e a dignidade de milhares de mulheres africanas.

De origem australiana, Hamlin, de 85 anos, chegou à Etiópia em 1959 para trabalhar como ginecologista e obstetra com o marido Reginald em um hospital de Adis-Abeba, onde impulsionou um tratamento pioneiro de combate à doença originada após o parto, já superada no Primeiro Mundo, mas ainda persistente na África.

O passo seguinte foi buscar financiamento no exterior para abrir em 1974 seu próprio centro, o Hospital de Fístula de Adis-Abeba, que tem instalações de recuperação para as pacientes.

Atualmente, existem cinco centros gratuitos na Etiópia, onde 2.750 mulheres são atendidas ao ano.

David Suzuki recebeu a menção honrosa por estender o conhecimento dos perigos da mudança climática e impulsionar o apoio às políticas que o reconhecem.

Por meio de seus livros e programas de televisão, Suzuki, canadense de 73 anos, alertou sobre as consequências da mudança climática e os riscos da biotecnologia e defendeu os direitos das povoações indígenas durante duas décadas.

O Prêmio Right Livelihood Award (Ao Correto Modo de Vida) foi criado em 1980 pelo escritor e ex-deputado sueco-alemão Jakob von Uexküll.

A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 4 de dezembro no Parlamento sueco.

EFE   
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