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Estados Unidos

Barack Obama vence o Prêmio Nobel da Paz de 2009

9 out 2009 - 06h06
(atualizado às 08h53)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que há menos de um ano ganhou um capítulo nos livros de história ao ser eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, abriu hoje outra página ao ganhar o Prêmio Nobel da Paz.

Barack Obama leva Prêmio Nobel da Paz de 2009:

Famoso por sua calma, coragem e estilo conciliador, Obama, aos 48 anos, encarna como ninguém o sonho de reconciliação em um país com profundas feridas raciais e de mudança nas relações internacionais, marcadas nos últimos mandatos pelo unilateralismo.

O presidente dos Estados Unidos criou um "clima novo para a política internacional. Graças a seus esforços, a diplomacia multilateral recuperou sua posição central e devolveu às Nações Unidas e outras instituições internacionais seu papel protagonista", afirmou o Instituto Nobel.

O prêmio reconhece seus "esforços extraordinários por reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".

A história de Obama é, como ele bem diz, "pouco convencional".

Nascido em 1961 no Havaí, é filho de Stanley Ann Dunham, uma antropóloga nascida no Kansas, e de Barack Obama Sr., um economista queniano educado em Harvard, ambos já falecidos.

O casamento acabou quando ele tinha dois anos e só veria seu pai mais uma vez durante uma visita deste aos EUA.

Sua mãe voltou se casar com Lolo Soetoro-Ng, um cidadão da Indonésia, onde Obama passou vários anos de sua infância antes de retornar ao Havaí aos dez anos para viver com seus avós maternos e ter acesso assim a uma melhor educação.

Sua avó, Madelyn Dunham, foi uma das presenças mais importantes de sua vida, a mulher que, segundo ele diz, se sacrificou por ele várias vezes e quem o amou "mais que tudo no mundo".

Apesar de ser criado pelos avós em um ambiente estável, Obama sofreu uma forte crise de identidade durante sua adolescência, que esteve marcada não só por uma destacada trajetória escolar, mas também por anos de rebeldia.

Veio a formação nas universidades de Columbia e Harvard, uma etapa como professor e defensor dos direitos civis em Chicago, sua eleição como senador e desembarque em Washington em 2004 e sua chegada à Casa Branca em 2008.

Seus dois livros autobiográficos The Audacity of Hope (A audácia da esperança) e Dreams from my father (Sonhos do meu pai) se transformaram best sellers.

Os observadores mencionam com frequência que o segredo de seu êxito obedece a uma arma rudimentar: o poder da palavra.

Obama assegura não ter percebido seu poder dialético até que participou de uma manifestação contra a segregação racial na universidade e descobriu que tinha captado a atenção após começar a falar.

"Todos ficaram calados e me olhavam", lembra em "Dreams from my father".

Sua carreira política arrancou, curiosamente, com discursos que não conectavam bem com o público e nos quais abundavam os detalhes sobre seus programas.

Não seria até 2004, durante sua campanha ao Senado, quando introduziu os elementos de "esperança, mudança e futuro" que tingem a entusiasta retórica que tão bons resultados lhe deu.

Obama está casado com Michelle Robinson Obama, que é advogada. O casal tem duas filhas: Malia Ann e Natasha.

História do prêmio

Entregue pela primeira vez em 1901, o Prêmio Nobel da Paz foi idealizado pelo sueco Alfred Nobel, químico inventor da dinamite. Ele morreu em 1896, deixando a maior parte de sua fortuna dedicada à premiação de grandes feitos em diversas áreas do conhecimento.

Para isso, elaborou um testamento que estipulava que as suas fábricas deveriam ser vendidas e as receitas investidas em um fundo. Todos os anos parte desse fundo deveria ser distribuído "entre aqueles que, durante o ano anterior, tenham dotado a humanidade de maiores benefícios".

Os prêmios - 10 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,4 milhão), uma medalha de ouro e um diploma - são custeados pelos rendimentos oriundos do legado de Nobel. O valor em dinheiro, no entanto, não foi tão substancioso desde o início da premiação.

Na primeira edição, o valor correspondia a cerca da metade do que é hoje. O idealizador do prêmio via a entrega de dinheiro como uma maneira de ajudar os vencedores a darem continuidade a seus projetos com independência.

Com EFE

Fonte: Redação Terra
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