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América Latina

"Minha candidata é a Dilma", diz Chávez

26 set 2009 - 21h44
(atualizado às 22h18)
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é sua candidata para as eleições brasileiras de 2010.

"Dilma será a próxima presidente do Brasil", afirmou Chávez em seu discurso na abertura da 2ª Cúpula América do Sul-África, realizada em Isla Margarita, na Venezuela.

"Sei que vão me acusar de ingerência, meu coraçãozinho é quem está falando", disse. "Minha candidata é a Dilma."

A ministra tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a Presidência pelo PT.

Lula, que participa da Cúpula na Venezuela, sorriu ao ouvir o discurso do colega. Chávez lamentou o término do mandato do presidente brasileiro.

"Mas Lula não se irá, ele fica, assim como Néstor Kirchner (ex-presidente da Argentina), que se foi, mas não se foi", afirmou Chávez, em referência à eleição da presidente Cristina Kirchner como sucessora do marido.

Sul-Sul

Durante a sessão plenária dos chefes de Estado, Chávez defendeu a multipolaridade nas relações internacionais e disse ser "vital" a união entre a América do Sul e a África.

Lula, em seu discurso, disse acreditar "no poder de transformação de uma parceria entre regiões que vivem realidades semelhantes e enfrentam problemas comuns".

Críticas ao chamado "modelo imperialista" como causa do subdesenvolvimento das duas regiões foram mencionadas na maioria das intervenções dos chefes de Estado.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse que o desafio dos dois continentes é o de modificar os velhos modelos de cooperação até agora implementados.

"No século 20, o que importava era vender, e não fazê-lo sob um conceito de cooperação, de transferência de tecnologia, que é o que nós estamos impulsionando", afirmou.

Projetos

A preocupação levantada pela maioria dos mandatários é a de como concretizar mecanismos viáveis de integração para fortalecer o eixo sul-sul.

Chávez, que antes da Cúpula disse que do encontro sairia um plano de trabalho para os próximos 10 anos, pediu a criação de uma comissão de ministros que se dediquem exclusivamente à implementação de projetos de desenvolvimento comum.

"Temos que elevar o nível e dar mais solidez à cooperação", disse.

Nos últimos seis anos, o comércio entre América do Sul e África foi ampliado de US$ 6 bilhões para US$ 36 bilhões, dos quais o Brasil tem sido o principal beneficiário.

Neste mesmo período, o intercâmbio comercial Brasil-África saltou de US$ 5 bilhões, registrados em 2002, para US$ 26 bilhões em 2008.

O primeiro encontro da ASA foi realizado em Abuja, na Nigéria, em 2006. Na reunião deste sábado, os presidentes decidiram que a próxima Cúpula será em 2011, na Líbia.

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