Hu afirma que China será "uma força positiva para paz"
O presidente da China, Hu Jintao, afirmou nesta quarta-feira na Assembleia Geral da ONU que Pequim continuará sendo "uma força positiva para a paz mundial e o desenvolvimento comum", na primeira vez em que um chefe de Estado do país compareceu a este fórum desde 1971.
O esperado discurso de Hu serviu para confirmar o crescente interesse da China em ter um papel no cenário internacional que corresponda com o poderio econômico que adquiriu nas três últimas décadas.
"O futuro da China está cada vez mais interconectado com o do resto do mundo. Uma China mais desenvolvida dará uma maior contribuição e mais oportunidades ao mundo", afirmou o presidente chinês em seu discurso na 64ª Assembleia Geral.
Segundo Hu, Pequim desenvolverá relações de amizade e cooperação com todos os países de acordo com seus princípios de coexistência.
"A China sempre foi e continuará sendo uma força positiva para a paz mundial e o desenvolvimento comum", ressaltou.
Hu destacou que as autoridades do país mantêm a aposta iniciada há três décadas a favor de um socialismo com características chinesas, o qual privilegia a abertura, a modernização e a reforma.
O presidente da China reivindicou um maior papel para Nações Unidas para a promoção do desenvolvimento equilibrado e o progresso de uma globalização econômica "em benefício de todos".
Além disso, ressaltou que os países em desenvolvimento devem ter maior influência na reforma das instituições financeiras multilaterais, às quais exortou a concentrar seus recursos em ajudar às economias pobres com crédito flexível.
Hu também aproveitou seu discurso para contemplar os assuntos de segurança com "uma perspectiva ampla" que leve em conta a preservação da paz e a estabilidade mundial.
"A segurança de todos nunca esteve estreitamente interconectada como hoje", apontou o chefe de Estado chinês, ao reafirmar o compromisso de seu país com um mundo "sem armas nucleares".
A participação de Hu é, junto à do líder líbio, Muammar Kadafi, uma das grandes novidades este ano na Assembleia Geral, na qual também estrearam o presidente dos EUA, Barack Obama, e o da Rússia, Dmitri Medvedev.
Embora menos polêmico do que Kadafi ou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a presença de Hu em Nova York também despertou protestos por causa da atuação de seu Governo no Tibete, da repressão contra os protestos da minoria uigur e da situação dos direitos humanos na China.