Atirador de museu trocou e-mails com neonazistas alemães
O americano James von Brunn, responsável pelo tiroteio no Museu do Holocausto de Washington no qual morreu um segurança, na última quarta-feira, mantinha contatos com neonazistas alemães.
Um dos extremistas contatados pelo idoso de 88 anos era o líder e ex-advogado do Partido Nacional Democrático Alemão (NPD) Horst Mahler.
Brunn e Mahler trocaram várias mensagens por e-mail, através de fóruns internos de sites neonazistas alemães, afirma em sua última edição a revista alemã Der Spiegel.
Em um deles, o americano contava a seu colega alemão que sentia a necessidade de viver o "ódio" como algo "natural e necessário".
Mahler, por sua vez, contestou o colega e argumentou que não se deve se "deixar cegar pelo ódio", pois isso inutiliza a visão para "destruir o inimigo".
Além dos contatos com Mahler, Brunn tinha se comprometido com ações da extrema-direita alemã em favor de Ernst Zündel, que também nega o Holocausto e para o qual o americano tinha reivindicado que fosse libertado, alegando que era "um grande homem".
Mahler é uma das figuras mais obstinadas da extrema-direita alemã, com uma longa lista de processos por incitação à violência e negação do Holocausto nas costas.
Na quarta-feira, Brunn entrou no Museu do Holocausto de Washington armado com uma espingarda e disparou contra o segurança negro Stephen T. Johns, 39 anos, que morreu em decorrência dos tiros.
O atirador também ficou gravemente ferido, após ser baleado pelos guardas do museu, um dos mais visitados da capital americana.