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Ásia

EUA pedem explicações à China por mortes em protesto de 1989

3 jun 2009 - 17h09
(atualizado às 17h28)
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Os Estados Unidos exigiram na quarta-feira que a China se responsabilize pelas mortes ocorridas durante as manifestações pró-democracia de 1989 na Praça da Paz Celestial, numa rara crítica pública na véspera do aniversário de 20 anos do incidente.

A secretária de Estado Hillary Clinton pediu também que a China liberte todas as pessoas ainda presas por causa dos protestos, que pare de intimidar os participantes e que comece um diálogo com as famílias das vítimas.

As reivindicações, que constam numa nota divulgada por Hillary, refletem opiniões que Washington há anos mantém, mas representam a posição mais dura assumida pela secretária nos seus quatro meses no cargo a respeito da situação dos direitos humanos na China.

Em fevereiro, Hillary frustrou muitos grupos de direitos humanos ao dizer que as questões dos direitos humanos não poderiam "interferir" na reação contra a crise financeira, a mudança climática e os desafios à segurança, como os programas nucleares da Cor´ria do Norte.

"Uma China que tem feito enormes progressos economicamente e que está emergindo para assumir seu lugar de direito na liderança global deveria examinar abertamente os eventos mais sombrios do seu passado e oferecer uma explicação pública sobre os que foram mortos, detidos ou desaparecidos, tanto para aprender quanto para curar", disse Hillary na nota.

"Este aniversário fornece uma oportunidade para que as autoridades chinesas libertem da prisão todos os que ainda cumprem penas em conexão com os fatos cercando o 4 de junho de 1989", acrescentou ela na nota lida pelo porta-voz P.J. Crowley.

As forças chinesas ocuparam a Praça Tiananmen (ou da Paz Celestial) na quarta-feira, um dia depois de as autoridades bloquearem o uso de serviços da Internet como o Twitter.

Vans pretas da polícia estavam estacionadas ao lado da Cidade Proibida, que fica junto à praça, enquanto policiais e paramilitares faziam patrulhas em meio a multidões de turistas.

Na madrugada de 4 de junho de 1989, tanques entraram na praça do centro de Pequim para reprimir manifestações de estudantes e trabalhadores que já duravam várias semanas. O Partido Comunista, que nunca divulgou um número de mortos do incidente, teme que o aniversário enseje qualquer manifestação que conteste seu poder.

Crowley disse que a China obteve progressos na questão dos direitos humanos nestas duas décadas, citando esforços de autoridades locais para coibir a corrupção e proteger direitos.

Questionado, disse que a presença policial ostensiva na Praça da Paz Celestial não é parte desse progresso, e sugeriu que o regime comunista erra ao tentar "esconder" a história. "Isso é inconsistente com as ações de uma grande potência."

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