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Ásia

Libertado grevista que apoiou protestos em Pequim há 20 anos

19 mai 2009 - 08h34
(atualizado às 08h44)
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Liu Zhihua, um dos condenados por participar em 1989 das greves de apoio aos estudantes da Praça da Paz Celestial, foi libertado após quase 20 anos na prisão, informou nesta terça um comunicado da Fundação Dui Hua.

Segundo esta organização, Liu saiu da prisão de Loudi (província de Hunan) em janeiro, mas o fato só foi notificado ao grupo recentemente.

Liu, que tinha 24 anos em 1989, organizou então junto a outros companheiros uma greve em uma fábrica estatal de maquinaria elétrica em Xiangtan, na mesma província, como protesto contra a repressão violenta dos protestos em Pequim, em 4 de junho daquele ano.

A greve, com a participação de cerca de 10 mil trabalhadores, foi uma das maiores daquele ano, além de uma das mais "sensíveis" politicamente para Pequim, já que Xiangtan é o distrito onde nasceu o líder comunista Mao Tsé-tung.

Três dos líderes grevistas, entre eles Liu, foram condenados à prisão perpétua e outro foi condenado à morte, por vandalismo, crime que foi retirado do código penal chinês há mais de uma década.

As penas de todos eles foram diminuindo com o passar dos anos, de acordo com as informações da Dui Hua, organização que investiga o paradeiro e situação de presos políticos na China.

Apesar da libertação, Liu continua privado pela lei chinesa de seus "direitos políticos", o que implica, por exemplo, em que não poderá sair da cidade de Xiangtan nem conceder entrevistas.

A organização estima que pelo menos outras 30 pessoas permanecem presas em Pequim e em outras cidades chinesas pela participação nos protestos da Praça da Paz Celestial - que este ano completam 20 anos - e outras manifestações e greves de 1989 em apoio aos estudantes.

"A sentença nos aproxima do dia em que ninguém na China esteja cumprindo pena por ofensas cometidas em 4 de junho de 1989 ou nos dias anteriores e posteriores", destacou, no comunicado o diretor-executivo da Dui Hua, John Kamm.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês Ma Zhaoxu se recusou hoje, em entrevista coletiva, fazer comentários sobre esta libertação.

EFE   
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