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Oriente Médio

Papa defende Estado palestino ao chegar em Israel

11 mai 2009 - 08h38
(atualizado às 09h50)
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Ao chegar em Israel, o papa Bento XVI relembrou os 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas para tentar apagar a má impressão deixada pela reintegração de um bispo que negou o Holocausto. O Pontíficie também defendeu o Estado palestino, contrariando a posição do governo direitista de Israel.

O papa Bento XVI desembarca no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv
O papa Bento XVI desembarca no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv
Foto: Reuters

"Terei a oportunidade de honrar a memória dos 6 milhões de judeus vítimas da Shoah, e de rezar para que a humanidade nunca mais testemunhe um crime de tal magnitude", disse o Papa, usando a palavra hebraica para o Holocausto Depois do desembarque, um helicóptero militar levou o Papa para Jerusalém.

Nos 45 anos desde que o Concílio Vaticano Segundo repudiou o conceito da culpa coletiva dos judeus pela morte de Cristo, as relações judaico-católicas têm sido assombradas pelo Holocausto e pela questão de o que a Igreja fez ou deixou de fazer a respeito.

Em janeiro, o Papa incomodou muitos judeus ao suspender a excomunhão de quatro bispos tradicionalistas, entre eles um que negava o fato de que 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas.

O Vaticano diz que não sabia o suficiente sobre o passado do bispo britânico, e líderes de ambas as religiões esperam que a questão seja superada na segunda-feira com uma visita de Bento XVI ao Yad Vashem, memorial em Jerusalém às vítimas do Holocausto.

Ao chegar da Jordânia, o Papa disse ser "totalmente inaceitável" que o antissemitismo "continue levantando sua feia cabeça" em muitas partes do mundo.

Ao recepcioná-lo, o presidente de Israel, Shimon Peres, disse: "Vemos a sua visita aqui à Terra Santa como uma importante missão espiritual da mais alta ordem, uma missão de paz, uma missão de plantar sementes para a tolerância e erradicar as sementes do fanatismo".

Reiterando a política do Vaticano, o Papa defendeu uma "resolução justa" do conflito israelo-palestino, "para que ambos os povos possam viver em paz numa pátria própria, dentro de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas".

Desde que tomou posse como primeiro-ministro de Israel, em 31 de março, Benjamin Netanyahu se recusa a discutir especificamente a criação do Estado palestino na Cisjordânia e Faixa de Gaza, o que é prioridade para árabes e norte-americanos. O Papa deve ir à Cisjordânia na quarta-feira.

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