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Mundo

Governo mexicano nega lentidão em responder ao surto

29 abr 2009 - 09h51
(atualizado às 10h04)
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Carolina Hanashiro


O ministro da Saúde do México, José Córdoba, negou que o governo do país tenha demorado a reagir diante do atual surto de gripe suína.

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Foto: Reuters

"No dia 2 de abril foram reportados focos de gripe no Estado de Veracruz. Foram feitos os testes que naquele momento se fazia, procurando o vírus que estava provocando a doença", disse Ministro da Saúde, José Córdoba.

Segundo ele, as amostras foram guardadas e, quando se teve a suspeita de surto, elas foram enviadas para nova análise. "Um paciente resultou positivo para o vírus da gripe suína, mas neste momento, em nenhuma parte do mundo, isso se estabelecia como um fator epidêmico."

As autoridades mexicanas acreditam que o surto tenha se iniciado no povoado de La Gloria, onde cerca de 500 pessoas apresentaram doenças respiratórias de dezembro a março, e duas crianças morreram. Segundo o governo, as mortes não foram por gripe, mas consequência de pneumonia.

No entanto, foi descoberto que Edgar Hernández, 5 anos e também morador local, contraiu o vírus da gripe suína e sobreviveu, no que passou a ser considerado o primeiro caso da doença no país.

Confusão
Os casos de La Gloria foram estudados por funcionários da empresa de consultoria americana Veratect Consulting, que dizem ter alertado a Organização Pan-americana da Saúde sobre a situação entre os dias 11 e 12 de abril. Eles afirmam ainda que não sabem a razão pela qual a instituição não avisou as autoridades mexicanas.

O governo assegura não ter sido avisado até 23 de abril e, por isso, chegou a trabalhar com a hipótese de que a primeira pessoa infectada fosse uma mulher do Estado de Oaxaca, que morreu no dia 13 de abril, cinco dias após ser internada com sintomas de pneumonia.

Ao que tudo indica, a vítima, uma pesquisadora do Serviço de Administração Tributária, 39 anos, não havia tido contato com animais nem saído do país, mas sofria de diabetes e se automedicou durante mais de uma semana.

Além da confusão em relação aos primeiros alertas, as autoridades mexicanas afirmam que ainda desconhecem a origem da variante do vírus H1N1 que provocou o surto e o primeiro caso de contágio da gripe suína.

Segundo Miguel Ángel Lezana, diretor-geral do Centro Nacional de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças do México, a recombinação do vírus pode ter ocorrido na Ásia ou nos Estados Unidos. "Mas é muito difícil assegurar onde", afirmou.

Lezana negou que o vírus tenha sofrido mutações no povoado de La Gloria. Casos em outras localidades estão sendo avaliados. De acordo com os dados divulgados até o momento, apenas cinco dos 32 Estados da República Mexicana ainda não reportaram nenhum indício de gripe suína.

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