Itália: cães farejadores ajudam a encontrar vítimas de sismo
Leandro Demori
Direto de L'Aquila
Resta pouca esperança de encontrar sobreviventes na maioria do edifícios destruídos durante a série de terremotos que atingiu a região central da Itália na madrugada desta segunda-feira. Trinta e seis horas depois do sismo que deixou cidades fantasmas pelo caminho, o trabalho de resgate segue incessantemente na busca dos corpos das vítimas soterradas pelos escombros.
Em L'Aquila, capital da região de Abruzzo e uma das mais atingidas pelos tremores, parte importante do esforço é feita por um exército de cães adestrados que chegam de todas as partes do país.
O voluntário Massimo Sanfilipo e seu cão Full foram dos primeiros a chegar à cidade na manhã de ontem, poucas horas depois dos dois fortes tremores da madrugada que transformaram L'Aquila em um cenário de guerra.
Com trabalhos concentrados na parte do dia o cão, um pastor alemão de 3 anos de idade, segundo seu dono, obedece a uma ordem rigorosa de acontecimentos. Primeiro, escavações são feitas com máquinas pesadas como retroescavadeiras e braços mecânicos. Depois, a matilha de cães é chamada para andar sobre os escombros - se sinalizam algo começam as escavações manuais.
Para ajudar em zonas de risco os cães precisam de 2 anos de treino. Full é um prodígio, tem seis meses de simulações e já faz sua primeira missão em campo. "Ele só é um pouco agitado", comenta Sanfilipo, em alusão à pouca experiência do amigo.
O trabalho dos cães é feito de forma relativamente simples. Ao chegar ao local, seus adestradores fazem com que eles dêem uma volta e cheirem todas as pessoas envolvidas nas buscas. Depois, por semelhança, os animais eliminam os cheiros dos vivos e se concentram na busca pelos corpos.
As horas de trabalho dependem de cão para cão. "Quem dá o ritmo são eles. Fazemos com que comam, bebam e descansem antes do que nós mesmos", conta Sanfilipo. "São heróis."