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Europa

Entenda o caso do rapto da austríaca Elisabeth Fritzl

Engenheiro de 73 anos manteve a filha refém por 24 anos sem que sua mulher soubesse de nada. Ele engravidou a filha 7 vezes.

28 abr 2008 - 10h13
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Josef Fritzl, um engenheiro elétrico de 73 anos, manteve a filha, Elisabeth Fritzl, durante 24 anos presa em cativeiro na cidade de Amstetten, na Áustria. Além do seqüestro, o homem confessou ter engravidado a vítima sem que a sua própria mulher e os vizinhos desconfiassem. Elisabeth teve sete filhos. Três deles foram "adotados" por Fritzl, outros três ficaram presos com a mãe, e um sétimo morreu pouco depois do parto.

Josef Fritzl prendeu sua filha por 24 anos e teve sete filhos com ela
Josef Fritzl prendeu sua filha por 24 anos e teve sete filhos com ela
Foto: SID Lower Austria / Getty Images

O caso foi descoberto no dia 27 de abril, quando uma das filhas que estava presa adoeceu e teve de receber atendimento médico. Ao chegar ao hospital, Fritzl disse que tinha encontrado a garota inconsciente em frente a um edifício da cidade. A polícia, então, decidiu procurar a mãe da jovem para descobrir o que havia acontecido com a garota. Nesse momento veio à tona toda a verdade.

Prisão

Elisabeth foi presa em 1984. Na época, o pai teria forçado a filha, então com 18 anos, a escrever uma carta dizendo que tinha fugido e que não a procurassem mais. No entanto, ela estava no porão da casa, onde foi violentada repetidas vezes, dando origem a sete gestações. Apesar de todas as crianças terem nascido no porão, Fritzl deixou três na porta de sua própria casa, como se a mãe os tivesse abandonado ali.

Alexander, 12 anos, Monika, 14 anos e Lisa, 16 anos, cresceram como se nada tivesse acontecido. Outros três filhos permaneceram com a mãe: Kerstin, 19 anos, Stefan, 18 anos e Felix, 5 anos. A sétima criança morreu logo após o nascimento e teve o corpo incinerado por Fritzl. Enquanto tudo isso acontecia, o engenheiro era considerado amável e educado pelos vizinhos. Rosamarie, a mãe de Elisabeth, sempre disse que seu marido estava muito triste pelo desaparecimento da menina.

Liberdade

Em função da doença de Kerstin, 19 anos, Fritzl teria decidido libertar Elisabeth e dois dos filhos que viviam com ela, dizendo à sua mulher que a filha desaparecida havia voltado para casa. As investigações logo levaram a polícia à casa de Josef, onde o cativeiro foi descoberto. Lá, Kerstin e seus irmãos Stefan e Felix viveram com Elisabeth sem nunca ter visto a luz do sol.

Segundo a primeira declaração da vítima, seu pai começou a abusar dela quando tinha 11 anos de idade e aos 18 a deteve. Depois de ser libertado, o caçula dos três filhos presos no porão, que, como os irmãos, nunca havia visto a luz do dia, declarou à assistente social que estava feliz de poder "subir em um carro de verdade". Elisabeth e os filhos foram encaminhados a uma unidade psiquiátrica de uma clínica regional.

O cativeiro

O local em que Elisabeth e três de seus filhos foram mantidos presos foi construído sob uma casa da década de 1960, onde Josef vivia. O porão tinha cerca de 60 m², uma pequena cozinha, banheiro, televisão e espaço para dormir. O acesso era feito por uma porta de aço localizada atrás de estantes e que só podia ser aberta com uma senha eletrônica conhecida apenas por Fritzl.

Lá também foi encontrado um quarto com isolamento acústico, possivelmente para impedir que as vozes fossem ouvidas do lado de fora da casa. Segundo a polícia, Fritzl teria deixado claro para a mulher e para os outros filhos que era proibido tentar entrar no local. Ainda segundo as autoridades, todas as manhãs ele levava comida para os prisioneiros.

Imagem mostra banheiro do cativeiro onde  Elizabeth Fritzl ficou presa por 24 anos, refém do próprio pai.
Imagem mostra banheiro do cativeiro onde Elizabeth Fritzl ficou presa por 24 anos, refém do próprio pai.
Foto: SID Lower Austria / Getty Images
Fonte: Terra
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