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Na TV, Obama defende casamento entre homossexuais

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Por Jeff Mason

WASHINGTON, 9 Mai (Reuters) - Barack Obama se tornou nesta quarta-feira o primeiro presidente norte-americano a apoiar o casamento entre homossexuais, o que deve agradar a sua base política e irritar eleitores conservadores.

"É importante para mim ir adiante e afirmar que acho que casais de mesmo sexo devem poder se casar", disse Obama em entrevista a Robin Roberts, da rede ABC.

No domingo, o vice dele, Joe Biden, declarou a uma TV que se sentia confortável com o casamento homossexual. Na terça-feira, o eleitorado da Carolina do Norte aprovou em referendo uma emenda à Constituição estadual que proíbe qualquer casamento que não envolva um homem e uma mulher.

Depois da manifestação de Biden e de outros membros do governo sobre a questão, o democrata Obama estava sendo pressionado a assumir uma posição. Trata-se de um tema espinhoso em um ano no qual ele concorrerá a um novo mandato, numa disputa acirrada contra o republicano Mitt Romney.

De acordo com a ABC, Obama salientou estar expressando uma opinião pessoal e disse estar de acordo com o direito de os Estados legislarem sobre o assunto.

Romney é contra o casamento entre homossexuais, mas apoia certos benefícios para casais de mesmo sexo.

Uma pesquisa Gallup divulgada nesta semana mostrou que metade dos norte-americanos acredita que os homossexuais deveriam ter os mesmos direitos dos heterossexuais com relação ao casamento, e que outros 48 por cento discordam.

O casamento gay tem apoio de quase dois terços dos eleitores democratas e de mais da metade dos independentes, ao passo que menos de um quarto dos eleitores republicanos defende sua legalização.

Durante o governo Obama, os Estados Unidos abandonaram a política conhecida como "Não Pergunte, Não Conte", que barrava o alistamento militar de homossexuais assumidos.

O presidente disse que adotou sua atual posição ao ver integrantes do seu governo que mantêm relações homossexuais duradouras e ao pensar nos militares "que estão por aí lutando em meu nome e ainda assim se sentem restringidos".

Ele também citou suas filhas como um fator decisivo e afirmou que a primeira-dama Michelle Obama partilha das suas opiniões.

"Sabe, Malia e Sasha têm amigos cujos pais são casais do mesmo sexo. Houve momentos em que Michelle e eu estivemos sentados ao redor da mesa de jantar e conversamos sobre os amigos delas e seus pais, e Malia e Sasha, elas não entendiam que os pais dos seus amigos fossem tratados de forma diferente", disse Obama. "Não faz sentido para elas e, francamente, é o tipo de coisa que leva a uma mudança de perspectiva."

As declarações de Obama foram comemoradas pela entidade Campanha dos Direitos Humanos, que luta pelos direitos dos homossexuais e disse que o presidente "fez história" na quarta-feira. Neera Tanden, do Centro para o Progresso Americano, qualificou a declaração de Obama como "mais um grande passo rumo a realizar a promessa de igualdade deste país".

Atualmente, seis Estados e o Distrito de Columbia, onde fica Washington, autorizam o casamento homossexual.

(Reportagem adicional de Deborah Charles, Laura MacInnis, Matt Spetalnick e Steve Holland)

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