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Mujica aponta contra a pobreza e aposta na difusão do conhecimento

28 fev 2010 - 17h53
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José Mujica, que assumirá nesta segunda-feira como presidente do Uruguai, disse hoje que a luta contra a indigência e a pobreza, e a difusão do conhecimento "para todos os cantos do país", serão dois dos pilares de sua administração.

O ex-líder guerrilheiro "Pepe" Mujica, como é conhecido, ratificou que a "austeridade" será a marca de seu Governo.

"Temos o compromisso de tentar acabar com a indigência e diminuir os índices de pobreza à metade", afirmou durante uma entrevista coletiva à imprensa estrangeira credenciada para sua posse.

O presidente eleito disse: "vamos colocar o máximo esforço para ampliar o conhecimento, especialmente no interior do país".

Além disso, reafirmou a mensagem repetida quase como uma obsessão aos ministros designados e aos legisladores governistas sobre a necessidade de ter "austeridade" no manejo das contas públicas.

A maneira de gastar o dinheiro público "aparentemente não dói a ninguém, mas nós vamos ser firmes e cuidadosos", acrescentou Mujica, que doará 87% de seu salário a uma fundação que constrói imóveis para famílias desprotegidas.

"Não sou um modelo para os demais, mas nos melhores momentos da minha vida não tinha quase nada", lembrou o futuro governante, de 74 anos, que alternará suas atividades oficiais com o cultivo de flores e hortaliças em sua casa na periferia de Montevidéu, onde seguirá vivendo.

"Nem louco deixaria sua casa para mudar para a residência presidencial", disse Mujica, que seguirá compartilhando churrascos e vinho com seus vizinhos como sempre fez.

"Sou agricultor e camponês de alma", enfatizou o ex-líder guerrilheiro, que esteve preso em duras condições antes e durante a ditadura do Uruguai entre 1973 e 1985.

Sua esposa, Lucia Topolansky, que também esteve presa, será quem tomará amanhã o juramento de fidelidade à Constituição de Mujica e de seu vice-presidente Danilo Astori.

Topolansky, por ser a senadora mais votada nas últimas eleições, é a presidente temporária da Câmara de Senadores, cargo que ocupará Astori assim que assumir a Vice-Presidência.

O ato, no Palácio Legislativo (Parlamento), terá como testemunhas os presidentes da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner; Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Bolívia, Evo Morales; Colômbia, Álvaro Uribe; Equador, Rafael Correa; Paraguai, Fernando Lugo, e Venezuela, Hugo Chávez.

Também estará presente a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o Príncipe de Astúrias, Felipe de Bourbon, e outras personalidades dos cinco continentes.

O herdeiro da coroa da Espanha já está em Montevidéu para participar da cerimônia de mudança de comando.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, cancelou sua viagem à capital uruguaia após o terremoto que ontem assolou seu país.

Logo em seguida, Mujica receberá a faixa presidencial das mãos do atual chefe de Estado, Tabaré Vázquez, em cerimônia que, por expresso pedido do primeiro, será realizada ao ar livre, na Praça da Independência e rodeado de público.

"Se chover os que forem ao ato terão de se molhar, assim como eu", disse o presidente eleito aos organizadores da cerimônia para justificar sua decisão de montar o palanque na Praça Independência sem cobertura.

O palco foi montado em frente ao monumento do herói uruguaio José Artigas e à Avenida 18 de julho, a principal de Montevidéu.

Até agora, todos os atos de transmissão de comando presidencial no Uruguai foram realizados na sede da Presidência.

Mujica e Astori chegarão até a Praça Independência em um veículo elétrico especialmente condicionado para a ocasião que demorará uma hora para percorrer os dois quilômetros que separam o Palácio Legislativo (Parlamento) desse espaço.

Após receber a faixa presidencial, Mujica designará oficialmente seus ministros, pronunciará um discurso e cumprimentará as delegações estrangeiras.

O dia festivo acabará com um espetáculo musical no centro da capital e um jantar para 1,3 mil convidados para brindar a posse do novo presidente com os visitantes.

EFE   
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