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Mugabe: "Quem não estiver contente com as eleições pode se suicidar"

12 ago 2013 - 10h40
(atualizado às 10h42)
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O presidente reeleito do Zimbábue, Robert Mugabe, disse nesta segunda-feira que qualquer pessoa que esteja descontente com os resultados das últimas eleições pode "se suicidar" se quiser, porque para ele não importa.

Mugabe, de 89 anos, lançou esta mensagem na celebração do Dia dos Heróis, ato no qual fez seu primeiro discurso oficial desde sua vitória nas eleições de 31 de julho, cujo resultado foi questionado judicialmente na última sexta-feira pela oposição.

Durante a homenagem, que lembra às vítimas do processo de independência do Zimbábue, o presidente assegurou que seu partido "serviu a democracia em uma bandeja" nas eleições.

"Se alguém está descontente com o resultado é problema seu. Pode se suicidar se quiser, não me importa", disso Mugabe, que está no cargo há 33 anos.

"Ou vocês aceitam ou não, nunca retrocederemos em nossa vitória", acrescentou em referência ao Movimento pela Mudança Democrática (MCD), que recorreu judicialmente contra o resultado das eleições, por considerar que houve fraude.

Segundo denuncias do líder do movimento, o primeiro-ministro do governo de união nacional e candidato presidencial derrotado, Morgan Tsvangirai, cerca de 1 milhão de eleitores de seu partido não puderam votar por irregularidades.

"Quando eles morrerem (os membros do MCD), nem os cachorros vão querer cheirar seus corpos", disse Mugabe.

Segundo a Comissão Eleitoral do Zimbábue, que garante que as eleições foram "livres", o presidente obteve 61% dos votos contra 33% de Tsvangirai.

Esses resultados devem pôr fim ao governo de união nacional vigente desde 2009, com Mugabe como presidente e o líder do MDC como primeiro-ministro.

O acordo foi imposto pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em inglês) após a onda de violência durante as eleições de 2008, quando Tsvangirai venceu o primeiro turno.

Até então, Mugabe tinha governado o país sozinho e de forma autoritária desde a independência do Reino Unido, em 1980.

EFE   
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