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Mundo

Mugabe perto de uma ampla vitória no Zimbábue com o aval dos observadores africanos

2 ago 2013 - 17h28
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O presidente zimbabuano, Robert Mugabe, no poder há 33 anos, estava perto de uma vitória eleitoral esmagadora nesta sexta-feira sobre seu rival Morgan Tsvangirai com o aval dos observadores africanos, apesar das grandes suspeitas de fraudes na votação.

O resultado oficial deste primeiro turno da eleição presidencial deve ser divulgado apenas na segunda-feira. Mas os primeiros números das legislativas dão uma ampla vantagem ao partido de Mugabe, de 89 anos, chefe de Estado africano mais velho no poder.

Seu próprio campo indicou que "o presidente deverá ficar com de 70 a 75%" na eleição presidencial. Uma liderança da Zanu-PF indicou à AFP que seu partido havia obtido "a super-maioria e já tinha superado os dois terços" na Assembleia.

Segundo os últimos resultados oficiais para os 186 assentos, a Zanu-PF terá pelo menos 137 assentos dos 210 da Assembleia, onde o MDC de Morgan Tsvangirai, rival de Mugabe, era majoritário desde 2008. A maioria de dois terços permitiria a Mugabe modificar a Constituição, um texto relativamente liberal recém-adotado em março.

Depois de ter aberto mão da vitória em 2008 devido à violência dos partidários de Mugabe, Morgan Tsvangirai não dava sinais de que aceitaria uma eleição que ele chamou de "enorme farsa".

Organizado às pressas, o processo eleitoral foi marcado pela ausência de um grande número de eleitores dos registros de votação ou inscritos fora de seus centros habituais. As listas foram divulgadas apenas na véspera da votação, impossibilitando uma verificação ou recursos.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é a organização regional que coordenou os esforços de mediação para evitar uma guerra civil em 2008, estabelecendo Tsvangirai como primeiro-ministro.

Na ausência de observadores ocidentais, ela tem a pesada responsabilidade de representar a comunidade internacional e defender a democracia no Zimbábue, sem ceder à tentação de prolongar a "pax Mugabe" para evitar novos episódios de violência.

"As eleições, levando-se em consideração as circunstâncias, foram realizadas de maneira satisfatória e não há razão para que sejam anuladas", declarou o chefe da missão da SADC, o tanzaniano Bernard Membe.

O Zimbábue foi assolado por uma década de recessão marcada por uma inflação galopante e pela saída de milhões de pessoas para o exterior.

Em 2008, Morgan Tsvangirai ficou em primeiro na eleição presidencial, mas militantes de Mugabe atacaram seus adversários, deixando cerca de 200 mortos.

Tsvangirai se retirou entre os dois turnos para evitar um banho de sangue generalizado. Depois, ele se associou ao presidente a pedido dos países vizinhos, e se tornou primeiro-ministro, saudado por seu espírito de paz, mas ficando relativamente sem poder político.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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